23.7.04

Dia de Caça

Este textinho foi escrito por mim(OBA!!), baseado em relatos de um evento que realmente ocorreu com um tio de um amigo do meu irmão, na Flórida.
Obs.: Eu sei que nos EUA tem crocodilo, mas quem se importa??

Dia de Caça

Eram quatro homens e um menino num barquinho boiando no meio de um pântano em plena Flórida. O único estrangeiro era Jorge, um brasileiro meio azarado – valente, mas azarado. Os outros três eram de lá mesmo, Sam, William, que trabalhava no Greenpeace e John. O garoto John John era filho do último, meio levado. Estavam apertados com suas espingardas voltadas para cima na expectativa de acertar um pato. Em época de caça, nem funcionário do Greenpeace fica de fora, literalmente.
Tudo começou quando o sapeca John John resolveu que queria nadar, pular no meio dos jacarés e molhar o cabelo. Como estava crescendo nos Estados Unidos e desde menino sabia que era o dono do mundo, pensava ser um corpo dourado que repelia pragas e outras coisas maléficas, como os jacarés que realmente habitavam o pântano. Então este não era o meio de convencer o garoto de que ele não poderia entrar na água. Usaram o argumento de que a água estava fria, que era muito fundo, blá, blá, blá, etc., etc... E nada. Então o moleque pulou por livre arbítrio.
—Não, John John! Não pule!
Tarde demais para o pai gritar. Chuáááá!!! Os quatro já viam um jacaré enorme aproximando-se da criança. Descutiam aos berros o que fazer. Quando, num ato heroa&cuteico, Jorge resolveu pular e salvar John John. No momento exato em que jogou o pequeno (?) de volta no barco, o jacaré veio impulsivo e vingativo e abocanhou nosso salvador.
Naquela tarde de sol, não pescaram patos. Naquela tarde de sol, os patos voaram para bem longe de lá. Naquela tarde de sol, Jorge gritou e esperneou e conseguiu às pressas e com desespero tirar o jacaré de cima de si, vencendo a natureza.
Mas a história não acaba por aqui, amigos. Como se fossem robôs programados para atirar de um filme de ação bem ruim, Sam e John começaram a atirar, no que deveria ser o jacaré. William tentava se fazer ouvido por cima da barulheira:
—Não machuquem o jacaré! Ele é de espécie rara!!
Como americano não é muito bom de mira, acertaram água e três chumbinhos pegaram o nosso querido Jorge. O réptil e vilão da história saiu intacto, pela felicidade do William.

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