29.11.08

antes de inventarem a televisão, o que os doentes faziam?

26.11.08

layout novo. cansei daquele. essa é a nova versão paty-clean-tenho-dó-dos-meus-leitores-e-resolvi-aumentart-a-letra. tudo culpa da gabi. tenho inveja dos layouts dela há muito tempo e resolvi fazer um parecido. agradecimentos especiais pro leo que sempre me ajuda com os códigos. isso aí. chega de links por hoje.

18.11.08

comemorem comigo. depois de cinco meses eu finalmente terminei cem anos de solidão. não, o livro nem é tão grande, nem tão difícil, é uma delícia na verdade. genial. eu não sei pq não terminei antes. não tinha nada pra fazer o semestre todo, mesmo.

15.11.08

Gravando pianos e pedindo patrocínio em motéis



meu, se você quer histórias pra contar, arrume um projeto. de preferêcia um projeto difícil de ser realizado, com pessoas de outras áreas envolvidas e que envolvam tecnologias que vão se voltar contra você. hoje eu tenho duas histórias para contar. uma é triste e a outra é feliz. vou contar a ruim primeiro, pra deixar um ar leve depois que vocês acabarem de ler.


foi assim: combinamos de nos encontrar com alguns alunos da música para nos ajudarem a captar o piano que serviria de tema musical para nossa radionovela, às 2h da tarde. uma menina ia tocar e um cara ia gravar pra gente. ele trouxe todo o equipamento dele e tal. eu já tava me sentindo super inútil pq as aulas de áudio não serviram para nada, nem pra mim, nem pra ninguém. então eu estava lá pra segurar cabos e montar stand de microfone. nem isso.

conseguimos uma sala grande, com piano de armário e um som de ar condicionado MUITO alto. tudo estava funcionando perfeitamente, mas tinha o maldito ruído, do ar condicionado da sala de baixo que não podíamos desligar (a sala de baixo é o auditório do insitituto, onde a única coisa que funciona direito é o ar, o que o torna a sibéria). então resolvemos mudar de sala. tiramos um menino de uma sala menor, com "isolamente acústico" e um piano de calda. tudo perfeito, sem ruídos, um piano melhor. MAS o maldito equipamento não funcionava! o notebook não conversava com a mesa de som e, nos únicos santos mintuos em que isso aconteceu, o resto do equipamento não conversou com o microfone. foi um inferno. quando eu saí de lá, às 7h30 da noite, ainda não tínhamos gravado nada. recebi notícias de que só desistiram às 9h da noite. ou seja, SETE horas numa mini sala, calor, equipamento que não funcionava e muita, muita frustração.

só tenho uma explicação para tudo isso: HAL 900 realmente existe!


pra compensar, no dia seguinte fui ver locações para o filme em que estou trabalhando (quando o blog ficar mais pronto, eu ponho o link aqui pra vocês verem). precisaríamos ver parques, praças, ruas movimentadas, companhia de luz que sempre patrocina tudo e motéis. passamos em 4 motéis cujos donos ainda não estavam e, portanto, não poderíamos conversar direito, fomos em um parque municipal grandão, fomos na companhia de energia e depois pegamos a avenida saindo da cidade, onde tem 7 motéis de cada lado da estrada. passamos em uma, dono não tava. na seguint colada à primeira, havia outra, o desert inn.

a recepcionista disse que chamaria o dono e falou para esperarmos no estacionamento. logo apareceu um velho nogentíssimo: barrigudo de cerveja, camisa aberta mostrando os pêlos do peito, uma cor e uma cara de drogado. e falava muito e não nos deixava falar. explicamos que é um curta universitário com uma cena num motel, que queríamos patrocínio, que colocaríamos o nome da empresa nos créditos do filme, no folder e no blog do projeto. o cara veio dizendo que podíamos usar o melhor quarto do motel por 12 horas, que podíamos aproveitar que estávamos lá pra usar a piscina e que podíamos pedir qualquer coisa que precisássemos. além disso, ele fez uma piada racista sem nem nos conhecer (por sorte, éramos 3 brancos e uma coreana, segundo ele, japonesa). deixamos a carta de patrocínio com ele na saída. e, quando fomos apertar as mãos para nos despedir na sala dele (onde tinha uma garrafa de vodka em cima do armário), ele abraçou a pobre coreaninha e deu um beijo na testa dela. sim. é essa reação que você tem que ter.

enfim, fechamos o contrato, mas estamos achando - e até meu pai acha - que ele pensa que vamos filmar um filme pornô (pô, 12 horas num quarto fechado??), fazer uma suruba lá dentro e que vamos pagar pelo quarto. acho que vamos ter que explicar algumas coisas melhor pra ele... mas, enfim, arrumamos uma locação! uhul!

13.11.08

vi no blog da gabriela e resolvi roubar.


Are you currently in a serious relationship?
sim. é fantástico poder dizer isso e, melhor, poder dizer que sou estupidamente feliz assim.

What was your dream growing up?
eu já quis ser arquiteta e desenhista da disney, pintora, escitora, juiza... tudo. mas, no fundo, no fundo, eu nunca realmente quis trabalhar, só queria ser famosa, fazendo algo divertido. o que continua sendo meu desejo hoje, hehe

What talent do you wish you had?
hum... queria desenhar melhor. e cantar.

If I bought you a drink what would it be?
suco de côco com leite e açúcar. num copão grande.

Favorite vegetable?
brócoles! brócoles!

What was the last book you read?
estou no meio de cem anos de solidão. pretendo terminar ainda esse mês. já era tempo! estou brigando com ele desde julho...

What zodiac sign are you?
sagitário.

Any Tattoos and/or Piercings? Explain where.
Não. Eu queria um piercing no lábio, mas nem sei mais.

Worst Habit?
procrastinação.

If you saw me walking down the street would you offer me a ride?
provavelmente não. prefiro ficar sozinha a maior parte do tempo.

What is your favorite sport?
assistir a filmes.

Do you have a Pessimistic or Optimistic attitude?
depende. muito.

What would you do if you were stuck in an elevator with me?
esperaria a outra pessoa começar a falar.

Worst thing to ever happen to you?
deixar de falar com pessoas que poderiam ter se tornado mais especiais.

Tell me one weird fact about you.
eu tenho medo/fixação por bonecas.

Do you have any pets?
sim. três cachorros.

What if I showed up at your house unexpectedly?
ficaria meio nervosa. prefiro ficar sozinha.

Do you think clowns are cute or scary?
tenho medo. mas eu tenho fixação/fascínio pela maioria das coisas das quais sinto medo.

If you could change one thing about how you look, what would it be?
seria uns 10kg mais magra e teria a pele mil vezes melhor e um cabelo sempre bonito. ah, droga! era só uma!

Would you be my crime partner or my conscience?
consciência. anos e anos de prática.

What color eyes do you have?
castanho escuro. meu pai tem olhos azuis. eu sempre quis ter olhos azuis.

Ever been arrested?
não. e nem pretendo. sou mais esperta que a polícia.

Bottle or can soda?
garrafa. o vidro dá um gosto melhor, não sei por quê.

If you won $10,000 today, what would you do with it?
compraria uma bolsa e um coturno e gastaria o resto em curtas-metragens.

What's your favorite place to hang out at?
tristemente é a faculdade. ou casas de amigos.

Do you believe in ghosts?
depende do dia. geralmente não.

Favorite thing to do in your spare time?
ouvir música.

Do you swear a lot?
comecei a xingar na faculdade. mas não muito, só em frases de efeito. ou não.

Biggest pet peeve?
nunca tem o que eu tô com vontade de comer.

In one word, how would you describe yourself?
introvertida.

Favourite and least favourite food?
carne mal passada e... azeitonas. odeio azeitonas.

Do you believe in God?
sim.


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eu... estou muito antisocial hoje. deve ser TPM. mas, então. não é que eu não goste de pessoas. é só que a maioria delas me cansam e eu realmente não tenho saco de fazer sala.

9.11.08

Nightwish


08.11.08

Sai de casa, em Campinas, às 15h, com o meu allstar velho, meias confortáveis, calça jeans recém-costurada pela mãe, camisa do Nightwish preta desbotada, comprada no início de 2006, e uma simpática e brega pochete rosa minúscula - que carregava meus itens de sobrevivência: celular, dinheiro, documentos, óculos escuros e lixa de unha. Todas as minhas roupas eram velhas e confortáveis. Não levei MP3 ou câmera para o risco de ser assaltada. Esqueci da água e das balinhas. Seriam longas 3 horas e absolutamente nada para fazer.

Cheguei no Via Funchal às 17h. As portas abririam às 20h. Pedi para o meu paitorista me deixar na porta, que eu voltaria andando até o final da fila. Queria ver as pessoas estranhas, ver as roupas diferentes e tentar achar conhecidos. Vi um menino com quem nunca conversei que estudava na minha escola. Pensei em cumprimentar. Seria estranho. Desisti. Dei a volta na esquina. A fila estava menor do que eu imaginei que estaria. Na minha frente, um garoto que veio sozinho. Atrás de mim, uma garota sozinha, trazida pelos avós. Tentei puxar conversa. Nenhum dos dois falavam muito. As pessoas não paravam de chegar. A fila deve ter dado outra volta na esquina. Não me preocupei em olhar. Me distraí vendo o que os vendedores ambulantes vendiam: camisetas, bótons, fotos dos integrantes (e ex-integrantes) da banda impressos em papéis cintilantes, faixas, bandanas, munhequeiras, adesivos. Tudo do Nightwish. Algumas coisinhas de outras bandas. Tudo a um preço astronômico, menos as camisetas. Haviam vendedores de bebidas: água, refri, cerveja, vodka, cachaça e um vinho que eu jamais tocaria. Parecia suco de uva. Talvez fosse álcool com corante. Havia uma menina cantando pelo seu ingresso. Ela cantava e, se a gente gostasse, podia dar dinheiro. Ela cantava muito bem. Tinha um cover do Within Temptation. Eu dei os R$4,00 que eu tinha de trocado para ela. Acho que conseguiu entrar.

O legal de estar sozinha nesse tipo de lugar é poder colocar seus óculos escuros e obsrevar o que os outros estão fazendo. Algumas pessoas trouxeram baralho, comum e de uno. Muita gente ouvia músicas da banda no precário som do celular. Eu ouvi as conversas de todo mundo ao meu redor. Descobri números de shows anteriores e o que muita gente achava de muita coisa. Meninas com vestidos medievais entregavam flyers de milhares de baladas góticas em São Paulo. Acabei comprando uma camiseta. Consegui enrolá-la e colocá-la dentro da pochete. Eu deveria ganhar um prêmio por isso.

Mas a melhor parte é ver as roupas. Adoro shows de metal por isso. Em eventos sociais e, principalmente, musicais, algumas pessoas usam toda a sua criatividade para se vestir de modo que todo mundo perceba. Era tanta gente de preto, tanta menina com vestidos esvoaçantes, cheios de rendinhas e lacinhos, saias curtas demais, meia arrastão e bota/coturno de cano alto, homens de kilt e sobretudo, que quando aparecia alguém normal, vestido de azul claro e tênis, eu tinha certeza que não estava indo para o mesmo lugar que eu. Olhar roupas fez o tempo passar bem mais rápido. Numerar os mais "bem-vestidos" da noite me divertiu bastante também. (In)felizmente, não havia tantas gordonas sem noção de espartilho. Eu ainda lanço um curso ensinando mulheres com muito peito a usar os sutiãs corretos. Acho que ninguém nunca ouviu falar em bojo. Ou devem gastar todo o dinheiro em roupas góticas e não sobra nada para um bom sutiã. Eu cogitei ir com o meu vestido esvoaçante antes de sair de casa (sim, eu tenho um. usei só uma vez. foi num show de metal. estou procurando oportunidades para usá-lo de novo.), mas achei melhor não, eu acabaria me preocupando mais com o vestido do que com os músicos no palco. Apesar de tudo, algumas meninas estavam muito bonitas com suas roupas góticas. Alguns caras também.

Quando deu umas 20h, já estava escuro, as pessoas do fã-clube ao qual pertenço foram procurando outras pessoas do fã-clube. Reconheci depois que passaram e sai correndo atrás deles, perdi uns 20 metros de fila, mas fiz uma amiga. Uma gracinha, que tinha vindo no dia anterior e tava me contando da chuva, da pouca gente, de como tirou as fotos, de como a segurança não pegava as câmeras de ninguém.

A casa abriu, deixaram as meninas entrarem primeiro. Ganhei toda a fila que eu tinha acabado de perder. Me arrependi de ter comprado minha camiseta do lado de fora. Os produtos oficiais eram muito mais bonitos e estavam baratos. Quase comprei outra camiseta ou uma bandeira, mas me contive. Eu nunca tinha ido ao Via Funchal. Adorei a casa. Tudo é lindo. Tem uns lustres que parecem velas e tem degrauzinhos para pessoas baixinhas. Lá dentro encontrei um amigo meu que eu nem pensei que viria.

A banda de abertura era ruim. Não era muito ruim. Era só ruim. Ruim e deprimente, com letras do tipo “o amor é só uma história que eu conto pra você dormir”. A música também era barulhenta demais, não tinha muita coerência. E o vocalista tinha a voz do Felipe Dylon sem sotaque. As únicas coisas que se salvavam eram que todos os integrantes do Libra são bonitos – principalmente o vocalista – e se vestiam bem, nada exagerado.

Mas depois veio o Nightwish. E eu nem me importei mais com as cabeças na minha frente, com as pessoas na minha volta, com a banda anterior ruim ou com as três horas de espera. O som estava perfeito. Dava pra ouvir claramente a voz da Anette e do Marco por cima dos instrumentos (quando eu mesma não estava gritando) e, pasme!, dava para ouvir o baixo! Eu nem ouvia o baixo do Nightwish no som de casa quando eu apertava o botão de ouvir o baixo! Foi incrível, de verdade. As luzes estavam lindas e bem utilizadas. Tudo estava lindo. Eu vi o teclado do Tuomas com o Edward Mãos-de-Tesoura amarrado, vi a bateria com tudo duplo do Jukka, vi a guitarra roxa do Emppu, vi o Marco (ah, o Marco...) e a Anette de verdade! Com os meus próprios olhos! Apesar da multidão de cabeças e braços e máquinas fotográficas e celulares na minha frente. Todas as músicas ficam melhores ao vivo. Eu até gostei de Wishmaster na voz da Anette. E tocaram Dark Chest of Wonders (que eu só reconheci quando chegou no refrão, olha que tr00 que eu sou) e The Islander e Ever Dream! Foi mágico. Eu não acredito até agora.

Houve imprevistos é claro, como dois gordões sem camisa gritando furiosamente pela Tarja (ex-vocalista, deusa suprema com a melhor voz do mundo que todo mundo adora) e ofendendo a Anette gratuitamente. E eles estavam bem do meu lado! Eu saí de lá, é claro. Eu sabia que isso aconteceria, mas eu ainda fico furiosa ao saber que, dois anos depois da expulsão de um integrante, alguns fãs conseguem gastar 120 reais para xingar alguém! Sabendo que isso NÃO VAI mudar a atual configuração da banda. Que ódio!

Além disso, meu namorado me ligou no meio do show. Eu deixei ele ouvir a música/barulho por algum tempo e depois desliguei. Saindo, eu liguei pra ele e descobri que ele não tinha nada pra falar, só queria ouvir a música mesmo. Own. Vem comigo da próxima vez, oras.

Em geral, foi ótimo. Mas, não sei, acho que eu vejo vídeos no youtube demais e fiquei comparando com os shows na Europa, com foguinho e tal. Acabei criando expectativas demais e nada realmente me surpreendeu ou me causou calafrios. É uma droga conhecer demais a banda, tanto ao ponto de criticá-los.

Acabou bem mais cedo do que eu imaginava, era 23h40 quando eu liguei pedindo pro meu pai me buscar. E eu precisava desesperadamente de uma água. Nem fui ver a gift-shop direito. Provavelmente eu não compraria nada, mesmo. Na rua tinham carrinhos de cachorro quente e um monte de vendedores de água, refri e cerveja. O paraíso pra quem não comeu ou bebeu nada desde a hora do almoço. Ouvi mais comentários no trailer de cachorro-quente e um carinha passou distribuindo bótons da banda de abertura, que eles fizeram para divulgação. Apesar de serem bem ruins, o símbolo deles é bonito (uma cruz gótica branca num fundo preto), então eu peguei um pra mim e pros meus irmãos (porque eles pediram lembrancinhas). Meu pai chegou e me ligou junto com o cachorro-quente. Então eu fiz a pobre mulher segurar meu trocado por muito tempo enquanto eu, temporariamente mais surda que o normal, tentava me comunicar o papai.

Dormi durante toda a viagem de volta. Cheguei em casa destruída, suja, meu cabelo mega desgrenhado e minha maquiagem borrada. Nem tomei banho. Isso fica para os dias normais.

7.11.08

enquanto isso, no lustre do castelo da aula de teorias da imagem...

...meu professor estava nos contando de como largou a música para se tornar fotógrafo:

professor: "...fascinado pelas fotos de Cartier-bresson, eu vendi minha viola de dez cordas e comprei um ampliador."

lilian: "você tinha uma viola de dez cordas?"

eu: "e você VENDEU???"