30.5.08

Criticando Bergman

Eu nunca tinha visto nada do Bergman, o que é uma vergonha. Mas eu também nunca vi nada do Truffout, do Godard, do Fellini, do Lynch ou desses outros caras. E eu também nunca vi ET, Independence Day, Beetlejuice (o que é o maior absurdo de todos, já que é do meu diretor favorito), Indiana Jones, Rocky ou a Lagoa Azul. Na verdade não vi um monte de filmes que eu gostaria. Mas isso é assunto pra outro post.

O fato é que todo mundo fala do Bergman, que ele é supercult e tal. Então eu fui assistir um filme dele com um amigo supercult. E eu fui na maior espectativa, lógico. O filme era Monika e o Desejo, muito difícil de achar, o que aumentou ainda mais a minha vontade de ver. Imaginei que seria um filme muuuuuito chato, sem noção e com uma direção interessante.

Então eu comecei a assistir. Era em preto e branco e sueco, mas tirando isso, poderia ser qualquer outro filme. Não tinha nada demais. Poderia ser Lagoa Azul numa língua estranha.

Depois de meia hora, imaginei que fosse ficar estranho. Ora, era apenas o início do filme, uma introdução ou qualquer coisa assim. Passou-se uma hora. Ainda não tinha nada notável. Eu fui vendo e me frustrando, porque era comum. Nos últimos 10 minutos do filme, apareceram alguns indícios de diferenciação - os melhores pedacinhos.

Isso não queimou a minha impressão do Bergman pra sempre. Discuti isso com o meu amigo e ele disse que os outros filmes dele são melhores. Preciso ir atrás do Sétimo Selo ou qualquer outra coisa. Portanto, amiguinhos, pra quem gosta de produções róliudianas, podem assistir Monika e o Desejo - se vcs acharem -, porque é quase isso.

27.5.08

Vida de produtora

Pois é. Eu não faço cinema. Mas estou quase lá. Nas últimas semanas, eu fiz figuração em um curta de um amigo meu e, antes disso, aceitei a missão kamikaze de ser produtora de um curta de outro amigo. Então eu precisei ir atrás de algumas coisas: furadeira, martelo, chaves, pé-de-cabra e... uma porta. Isso mesmo. Uma porta. O roteiro é a sobre um cara que tenta abrir uma porta de várias formas possíveis. Nessas, ela vai sendo destruída, daí a necessidade de uma porta.

Bom, depois de desistir de arrancar uma de casa, pegar de casas alheias, pegar de demolições, fazer uma ou simplesmente roubar por aí, decidi que eu precisava comprar uma, mesmo. Então eu parei na madeireira com o meu pai, desci do carro confiante e pedi uma porta. Depois de decidir pra que lado ela abriria, a largura da mesma, se era pra ter dobradiça e tal, a atendente me perguntou:

- E qual é a largura da parede?

- Não tem parede. Eu só quero a porta, mesmo.

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Ainda estou esperando que ela chegue. Liguei lá hoje e me disseram que chega hoje à tarde. Mais pra frente, histórias do set de gravação.

Edit: Deu 17h e a porta ainda não tinha chego. Liguei lá e me disseram que o caminhão tinha quebrado, que vão entregar amanhã de manhã. Só espero que realmente chegue de manhã...

25.5.08

Olhando blogs por aí que me linkaram, eu percebi que as pessoas não sabem escrever o título do blog. E, como algumas pessoas perguntaram - sim, alguém já perguntou, você não foi o único - o que raios Felimpropanpo quer dizer, direi aqui, a todos vocês a verdade.

Felimpropano não quer dizer nada. Isso mesmo. Eu inventei. E nem é um neologismo dadaísta cheio de significados. Foi um erro de pronúncia durante um trabalho de química, há uns 5 anos atrás. Fenilpropano é um componente químico que serve pra esbranquiçar papel. Lendo errado, felimpropano tornou-se um excelente nome de gnomo, de gato e, lógico, título de blog. E assim nasceu, em meados de 2004, essa coisa aqui.

Desde então o blog mudou muito, eu mudei muito. Mas ainda não tive coragem de mudar o endereço daqui. Acho que ele carrega uma história, sabe?, eu sou muito cheia dessas frescuras de não mudar o original, de preservar as coisas como elas foram. E então o blog persistiu, junto com o título.

Eu já levei isso aqui mais a sério, queria que me achassem a melhor escritora do mundo. Depois de ler mais e de descobrir que existem pessoas infinatemente melhores que eu, mesmo em seus próprios blogs, desisti disso. Mas eu ainda tenho o pequeno e vergonhoso sonho de que alguém, em sua inocência, queira escrever como eu.

24.5.08

Esses dias uma das minhas melhores amigas fez aniversário. Hoje ela comemora o aniversário dela numa baladinha. Então eu pensei em dar algum presente pra ela. Mas nós... Bom, nós somos muito diferentes. E eu não consegui pensar em nada pra dar a ela. Na verdade eu nunca consigo pensar em presentes bons. Eu sempre quero que a pessoa que receba tenha orgasmos com a linda [insira presente bem bacana aqui] que eu dei, mas isso raramente acontece. As pessoas são muito difíceis de agradar...

Mas depois de anos e anos desagradando pessoas, eu percebi que o problema não era com eles, era comigo. EU sou dificílima de agradar. Aí eu acabo escolhendo presentes que pra mim são ótimos, mas pras outras pessoas são... meio estranhas. É duro isso, viu...

Esse lance de presentes, inclusive, me fez desestimular as pessoas a me darem qualquer coisa, pq elas normalmente erram. Aí eu fico aculumando coisas que eu não uso em casa, não gosto de dar porque foi presente e já viu, né?

Mas eu não sou chata com tuuuuudo. Sou mais com roupas, sapatos e bijuterias (que é normalmente o que as pessoas dão) e porta-retratos - sem fotos (quem dá porta-retratos sem fotos? isso é uma idéia muito ruim, meu!).

Bom, meu aniversário é só em dezembro, mas eu aceito presentes o ano inteiro. Aceito chocolate, se vc estiver sem idéias (imagina ganhar cestas e cestas de chocolate de aniversário?? vai ser como a páscoa de quando eu era criança!). E meias. Adoro meias. Ou livros. Mas não pegue best-sellers ou auto-ajuda ou fantasias não recomendadas pq elas costumam ser ruins ou...

20.5.08

Eu finalmente vi Requiem para um Sonho!! Eu tinha preconceito contra esse filme, sério. Achava que era coisa de indie e pseudo-cult. Mas aí eu entrei num curso com pessoas que realmente entendem de cinema e descobri que na verdade é um filme muito bom. Aí ele entrou pra minha interminável lista de filmes para ver antes de 2054. Na verdade eu nem fui atrás em locadoras e tal, mas pretendia ver, sim. Então hoje eu o vi na aula. \o/

Requiem é um filme de 2000 tratando de drogas. Mas na verdade poderia ser qualquer outro vício. Mostra-se, na obra, uma degradação moral e até física do ser humano, cumulando - ou iniciado por - uma solidão e falta de perspectiva sem tamanhos.

É difícil dar uma sinopse desse filme, pois ele começa e termina num mesmo problema, agravado apenas pelo tempo. Pode-se dizer que gira em torno de quatro personagens principais, todos solitários, abandonados pela família, sem perspectiva e usuários de drogas. A narrativa inicia-se no limiar de uma tragédia, sendo que o clima intenso do filme aumenta à medida que os personagens se deteriorizam. É realmente perturbador.

A direção é genial. Não me atrevo a comentá-la, digo apenas que algum dia eu quero aprender a mexer numa câmera daquele jeito e fazer tudo funcionar tão bem. E a trilha sonora. Quase chorei com a música tema. Simplesmente perfeito. Fazia tempo que eu não assistia a um filme tão bem feito.

18.5.08

O problema de filmes de amor é que tudo sempre dá certo no final. A mocinha pode não acabar com o mocinho que ela queria, mas ela sempre acaba encontrando alguém. A vilã que fica entre o casal acaba saindo do caminho e até ela, às vezes, encontra um novo amor. Existem mil obstáculos, mas o amor é sempre maior que qualquer um deles. E em filmes de amor, não são princesas e príncipes em vales encantados: são pessoas como nós, com problemas. E eles também vivem felizes pra sempre. E torna tudo isso tão mais acreditável.

O problema é que a vida não é um filme de amor.

14.5.08

Ouça música de olhos fechados. A visão rouba todas as outras sensações.

10.5.08

Na boa: Hairspray é muito legal!! Não sei como não quis ver quando saiu no cinema!

Basicamente, Hairspray é sobre uma menina gordinha que quer dançar na televisão nos anos 60 e todas as implicações que isso traz, além de levar a tona questões como discriminação racial e tal, de uma forma bem bonitinha. É legal pq a protagonista é uma gordinha linda que dança, canta e atua muito bem. E, porque é um filme, ela acaba com o cara mais gato do filme. Pois é, gente, eu nunca pensei que diria isso, mas o Zac Efron (do High School Musical) é muito bonitinho. Vai ver é aquele caichinho pega rapaz do Superhomem que ele usa nesse filme. Além disso, tem a Michelle Pheiffer (mais feia pela arrogância que pela velhice de Stardust), o Christopher Walken (sempre maravilhoso e muito natural), o John Travolta (imperdível e perfeito de mulher), a Amanda Bynes (que é uma gracinha) e o Ciclopes (sem lazers, mas muito lindo). E tem muita música, muita dança, tudo muito colorido e uma galerinha muito doida aprontando umas e outras que até o diabo duvida.

Mas assistir Hairspray me fez pensar no que filmes mais bem conceituados (mas não necessariamente melhores), como Moulin Rouge ou Chicago, poderiam ter me feito pensar. O legal de musicais é que os atores mostram tudo que conseguem: dançam, cantam e atuam, tudo ao mesmo tempo. Só falta os atores tocarem instrumentos, como faziam nos musicais de antigamente. Tá, admito, eu adooooro musicais. A melhor parte é que as histórias podem ser completamente babacas (Grease - nos tempos da brilhantina), não terem roteiro definido (Cantando na Chuva), usarem as músicas pra encher espaço no roteiro (a maioria dos desenhos da Disney) ou terem histórias bem elaboradas e usarem as músicas pra facilitar o entendimento dela (como Moulin Rouge). E música sempre dá uma cara legal pra um filme, se os atores cantarem direitinho, claro. É diferente, pra começar. E diálogos ficam muito mais bonitos quando são cantados e a trilha sonora, hehe, se torna absolutamente indispensável. Eu viveria facilmente num musical, só gostaria de ter sido abençoada com uma voz um pouco melhorzinha, pra poder ser o personagem principal da minha própria existência.

Isso sem contar os musicais de palco, né? O que seria de nossas vidas sem "my spirit aaaaaaaaaaand your vooooooooice in ooooooooone coliiiiiiiiiideeeee!!"¹??


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¹ Isso é do Fantasma da Ópera, pra quem não reconheceu.

8.5.08

enquanto isso, na delegacia de Gotham...


- Nós não podemos fazer a comissão de graduação tirar um professor.

- Mas podemos deixar a sugestão.

4.5.08

Lavagem a seco

Uma das (des)vantagens de arrumar o quarto/armário é que você encontra roupas sujas pra lavar - principalmente no meu caso, onde a maioria das janelas dão para a estrada de terra, o que torna minha casa muito mais empoeirada que o normal. E lavar roupas se torna sufocante quando em 3 de cada 5 peças está escrito "lavagem a seco". O que seria lavagem a seco?

A princípio, pensei que tratava-se de panos úmidos, mas isso continuaria sendo "molhado", o que não resolve a questão.

Depois comecei a imaginar uma máquinas secadoras muito loucas que sugassem a sugeira da roupa, mas também não sei se funcionaria pra suor ou manchas de qualquer coisa.

Aí comecei a pensar em salas de vácuo enormes. Como elas são vácuo, a tendência seria estourar a roupa, para que o maior espaço possível fosse preenchido. Assim, a sugeira - que não faz, tecnicamente, parte da roupa - sairia mais facilmente. Mas isso não resolveria o problema de roupas impregnadas e, ainda por cima, poderia também desgrudar botões, zíperes e laços...

E então eu descobri que estava pensando demais.