Antonio respirou profundamente, dono de todo o tempo do mundo.
– Desculpa ter te abandonado, Ana - ele disse, devagar, segurando a mão morta da garota - Foi o que eu precisava fazer.
Antonio nunca tinha se sentido tão sozinho na presença de Ana. Era como se ela nem estivesse lá.
– Me desculpe - ele insistiu - Por favor.
Antonio virou o corpo dentro da banheira. Ele removeu delicadamente os fiapos escassos de cabelo que envolviam seu rosto. Olhou profundamente nos buracos onde estiveram seus olhos.
– Estou com saudades, Ana.
A pele de Ana estava toda cinza e enrugada, repuxada sobre a carne que quase não existia mais.
Antonio a puxou para fora da banheira e a envolveu em seus braços. Sentiu a memória do cheiro de sol em seus cabelos, a memória de sua pele quente e o toque dos seus seios que um dia foram tão macios.
Antonio tirou sua blusa devagar.
– Como eu pude te abandonar, Ana?
Esse capítulo faz parte de Carregue meu Cadáver, o livro que estou escrevendo sobre relacionamentos abusivos. Vou postar um capítulo por dia até acabar.
Adoraria saber sua opinião, então deixe um comentário me dizendo o que achou, divida com quem você acha que vai gostar e me cobre se eu parar de postar.
Obrigada!
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