E já que eu estava em Los Angeles, resolvi dar uma passeadinha em Beverly Hills, no famoso Rodeo Dr. Eu tinha passado por ele quando estava no ônibus indo ver o Neil Gaiman e depois indo ver o Tim Burton e vi que a rua em questão era beeeem bonitinha. Além disso, queria comprar uma bolsa bem bonita pra minha mãe. Depois falamos disso.
Me vesti com as minhas melhores roupas, coloquei um saltinho super confortável, pra ninguém me expulsar das lojas e fui. É lindo. Lindo, mesmo. Mesmo se você for dessas pessoas que curte coisas simples como o Pelourinho, Ouro Preto e o centro velho, sujo de São Paulo, provavelmente vai gostar. Eu gosto de todas essas coisas. Mas é bem aquilo: só pra olhar. Não é igual na Oscar Freie que até dá pra pensar em alguma peça ou na Champs Elysés que tem Fnac, Sephora e H&M. Aqui tem Tiffany & Co com restaurante pra tomar Breakfast at Tffany's, tem Versace, Prada, Chanel, Louis Vitton e todas as lojas onde nunca vou conseguir comprar nada.
E eu, boba, fui na Chanel ver se eu conseguia comprar uma bolsa pra minha mãe. Tinha gente saindo da loja com sacola na mão. Gente normal, cheio de filho. Então talvez desse. Loja de rico vocês sabem, né?, não tem preço em nada. Tem que perguntar. Fiquei com vergonha, mas ouvi outra mulher perguntando. Um BATOM da Chanel custava $80. A bolsa que ela pediu pra ver custava $7.000. Dava pra comprar um carro pelo mesmo preço. No andar de cima tinha roupa e sapato. Tudo era a cara da minha mãe. Tudo, com apenas uma peça, ia estourar o cartão de crédito dela que eu sempre pensei que fosse infinito. Saí de lá meio triste. Quando eu for rica, mamãe só vai usar Chanel.
Pra me sentir menos mal, entrei numa galeria de arte. Estavam à venda quadros dos "mestres espanhóis": Goya, Miró, Picasso, Dali. O dono da galeria me perguntou o que eu estava fazendo em Los Angeles, da onde eu vinha, quantos anos eu tinha e se eu estava em condições de comprar um quadro, assim, pra minha casa. Quase morri de rir. Fiquei imaginando a Guernica decorando minha sala de jantar.
Engraçado é que a maioria dos quadros em questão eram rascunhos, estudos. Um dos trabalhos do Dali tinha como técnica "mixed media". Olhando com atenção, dava pra perceber que era lápis, tinta guache e caneta hidrocor. Sempre imaginei que os artistas devem morrer de vergonha das pessoas comprando e expondo esses trabalhos inacabados deles. Não o Dali, é claro, ele sabia que era gênio. Os trabalhos mais legais da galeria eram do Goya. Mesmo com carinha de pouca coisa, já não era um rascunhão como os outros trabalhos expostos. E também era infinitamente mais caro. Tinha um do Dali que até dava pra comprar. $4.900, um precinho razoável.
Esse quadro é legal porque tem o elemento do nascimento de Vênus que o Boticcelli, por pudor ou descuido, encarecidamente esqueceu.
4 comentários:
Amei o blog, ta tudo muito lindo por aqui! vou acessar sempre!
te espero lá no http://fugindodarotina.com/ combinado ? beijoooos :***
Oi.
Quando eu ficar rica, mamãe também só vai usar Chanel. Apesar de tudo, acho que ela merece.
Olha, esse Everton aí é um mala. Acessa o blog dele não.
Beijo.
Sou do team tb que quando eu for rica eu e mamãe usaremos só Chanel. Um Dali era mais barato que uma bolsa Chanel? Temos que ver isso aí. haha
Adoro a forma como você escreve. (:
Eu adoraria fazer este passeio, e sem duvida me sentiria desta mesma forma que se sentiu (até mesmo em relação a minha mãe, rs.)
Algumas coisas considero supervalorizadas, apesar de compreender o enorme valor que elas tem de fato, ainda assim, financeiramente falando ainda as acho supervalorizadas.
Bisous.
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