Avatar
Prefiro o filme do Final Fantasy. Revolucionário digitalmente, sem pretensão nenhuma a não ser traduzir um videogame e sem o incômodo do óculos 3D que não fez a menor diferença.
31.12.09
22.12.09
18.12.09
O Blu-ray com 3D chega em 2010.
Já leram Admirável Mundo Novo, onde tem um sensor de sentidos e é possível sentir o beijo do casal da tela de cinema? Pois é. Tenho medo do futuro.
Update: E parece quemais pessoas gostaram da idéia.
Já leram Admirável Mundo Novo, onde tem um sensor de sentidos e é possível sentir o beijo do casal da tela de cinema? Pois é. Tenho medo do futuro.
Update: E parece quemais pessoas gostaram da idéia.
12.12.09
7.12.09
fragmentos.
- por que você fala tão pouco?
- eu falo pouco?
- sim. você quase não fala.
- é porque as outras pessoas falam demais.
- é?
- é.
(longo silêncio)
- elas falam tanto que não param pra ouvir as outras. e eu não gosto de falar para o nada. gosto que as pessoas me escutem. que prestem atenção. além disso, eu sempre lutei ao máximo pra não me tornar uma daquelas pessoas que falam demais e, em geral, só falam bobagem. eu gosto de dizer só o que eu acho válido. no tempo certo. sem muitas firulas.
- mas a vida é feita de trivialidades também. a gente pode conversar sobre qualquer coisa.
- qualquer coisa não merece necessariamente ser dito.
- isso é tão parnasiano.
- por que você fala tão pouco?
- eu falo pouco?
- sim. você quase não fala.
- é porque as outras pessoas falam demais.
- é?
- é.
(longo silêncio)
- elas falam tanto que não param pra ouvir as outras. e eu não gosto de falar para o nada. gosto que as pessoas me escutem. que prestem atenção. além disso, eu sempre lutei ao máximo pra não me tornar uma daquelas pessoas que falam demais e, em geral, só falam bobagem. eu gosto de dizer só o que eu acho válido. no tempo certo. sem muitas firulas.
- mas a vida é feita de trivialidades também. a gente pode conversar sobre qualquer coisa.
- qualquer coisa não merece necessariamente ser dito.
- isso é tão parnasiano.
5.11.09
tudo que eu achei do twitter
eu achava o twitter idiota do lado de fora. então eu resolvi entrar, porque achei algumas premissas interessantes. e achei meio... meio... sufocante.
se vc fica 3 horas sem entrar na rede, já precisa voltar a telinha umas 3 vezes para conseguir ler tudo - isso porque pessoalmente só sigo umas 80 pessoas, imagine quem segue umas 500, daquelas que postam o dia inteiro. e as pessoas que mais postam no twitter são, de maneira geral, as que menos têm o que falar. é quase televisão. hoje é dia de maria passou em 5 episódios às 11h da noite. mas faustão passa há 30 anos, durante umas 9 horas todos os domingos.
eu entrei no twitter pra valer pra acompanhar posts de sites grandes, como o smashing magazine e o zupi, sites de design que eu, geralmente, não dou conta de ler inteiros. achei que facilitaria minha vida. pelo contrário, os links interessantes se perdiam no meio de links menos importantes e posts estranhos - inclusive do twitter da minha cidade. resolvi seguir a bbc brasil, também, pra me manter mais informada. mas, igualmente, os cabeçalhos das notícias vêm cortadas. eu teria que abrir link por link pra conseguir ler o subtítulo! isso se o título em si não for grande demais. prefiro ler o G1 ou a página inicial do uol, consigo informações mais completas, em bem menos tempo.
uma vez eu lia introdução de um livro sobre televisão muito interessante. entre outras coisas, ele argumentava que as pessoas não assistem programas, elas assistem TV. que toda a programação da TV era um grande fluxo. os programas, os anúncios, as vinhetas, tudo era informação jogada para o espectador, de forma que nada fosse realmente importante por si só. tudo só é uma grande massa de coisas. o twitter é mais ou menos assim. absorve-se uma informação e já pula-se para outro, completamente diferente - e não muito mais relevante. quase televisão, nas raríssimas ocasiões onde eu tento assistir TV e meu irmão fica zapeando os canais.
eu devo ser meio antiqüada. gosto de parar para ler as coisas que julgo importante, sem ter que me preocupar de que ainda tenho 300 links pra ler (por isso jamais assinei um feedtambém nunca aprendi como funciona, mas isso é segredo).
mas não me levem a mal. eu gosto de ler o que todo mundo está fazendo. tem gente que diz isso de uma maneira espetacularmente divertida. eu só não gosto de dizer o que EU estou fazendo o tempo todo e, em geral, guardo links apenas para mim mesma, porque sou egoísta.
por ora, twitter serve como palco. e eu sou só platéia, com medo de me envolver demais.
eu achava o twitter idiota do lado de fora. então eu resolvi entrar, porque achei algumas premissas interessantes. e achei meio... meio... sufocante.
se vc fica 3 horas sem entrar na rede, já precisa voltar a telinha umas 3 vezes para conseguir ler tudo - isso porque pessoalmente só sigo umas 80 pessoas, imagine quem segue umas 500, daquelas que postam o dia inteiro. e as pessoas que mais postam no twitter são, de maneira geral, as que menos têm o que falar. é quase televisão. hoje é dia de maria passou em 5 episódios às 11h da noite. mas faustão passa há 30 anos, durante umas 9 horas todos os domingos.
eu entrei no twitter pra valer pra acompanhar posts de sites grandes, como o smashing magazine e o zupi, sites de design que eu, geralmente, não dou conta de ler inteiros. achei que facilitaria minha vida. pelo contrário, os links interessantes se perdiam no meio de links menos importantes e posts estranhos - inclusive do twitter da minha cidade. resolvi seguir a bbc brasil, também, pra me manter mais informada. mas, igualmente, os cabeçalhos das notícias vêm cortadas. eu teria que abrir link por link pra conseguir ler o subtítulo! isso se o título em si não for grande demais. prefiro ler o G1 ou a página inicial do uol, consigo informações mais completas, em bem menos tempo.
uma vez eu li
eu devo ser meio antiqüada. gosto de parar para ler as coisas que julgo importante, sem ter que me preocupar de que ainda tenho 300 links pra ler (por isso jamais assinei um feed
mas não me levem a mal. eu gosto de ler o que todo mundo está fazendo. tem gente que diz isso de uma maneira espetacularmente divertida. eu só não gosto de dizer o que EU estou fazendo o tempo todo e, em geral, guardo links apenas para mim mesma, porque sou egoísta.
por ora, twitter serve como palco. e eu sou só platéia, com medo de me envolver demais.
2.11.09
eu já tinha feito um twitter antes. abri, olhei pra todas as pessoas e todas as coisas que eu poderia seguir e fiquei com taaaanta preguiça de continuar. mas, por ora, acabei me rendendo. vamos ver até quando vai. de qualquer jeito, me sigam.
15.10.09
8.9.09
18.8.09
7.8.09
31.7.09
É legal quando seu artista preferido recebe uma exposição num dos museus mais importantes do mundo. Preciso ir pra Nova Yorque...
7.7.09
3.7.09
22.6.09
People believe, thought Shadow. It's what people do. They believe. And then they will not take responsibility for their beliefs; they conjure things, and do not trust the conjurations. People populate the darkness; with ghosts, with gods, with electrons, with tales. People imagine, and people believe: and it is that belief, that rock-solid belief, that makes things happen.
só pra tirar as teias de aranha.
-American Gods, Neil Gaiman
só pra tirar as teias de aranha.
26.5.09
então, o post tá atrasado porque eu fiquei até agora comemorando (no Burger King, pensando se era vantajoso comprar um copo do Star Trek, discutindo ficção científica, runas e sexo entre esqueletos e sereias com meus amigos tão ou mais nerds que eu). de qualquer jeito...
feliz dia internacional do orgulho nerd!!
e, pra comemorar:
feliz dia internacional do orgulho nerd!!
e, pra comemorar:
8.5.09
quando a virtualidade contamina a realidade
ele: teve festa no msn ontem. um amigo meu gravou os batuques e mandou pra galera e a gente ficou conversando.
eu: e aí, pegou alguém? hehe
ele: acho que sim.
eu: ???
ele: ela ficava me seguindo pra todo lugar que eu ia.
isso foi há uns 4 anos. não consigo entender até hoje.
3.5.09
Na cúpula do topo do mundo, havia uma enorme mesa redonda de madeira escura, muito bem polida, a ponto de brilhar, refletindo os rostos daqueles que se encontravam ao seu redor. Sentados nas cadeiras da mesma madeira polida, mas revestidas de almofadas cor de mostarda no assento e no encosto para as costas e para a cabeça, estavam os donos do mundo. Era um para cada país, decidindo em uníssono o que seria levado para cada um de seus domínios. Eram todos gordos, principalmente aqueles dos países ricos e frios: alimentavam-se de desesperança, desespero, risos falsos. Riam muito, de boca aberta, risadas altas e escandalosas. Refletindo pelas paredes, as gargalhadas enchiam todo o prédio e vazavam pelas janelas. Do lado de fora, as criaturas mais belas e as plantas mais perfumadas - aquelas que habitavam somente essa região do topo do mundo - se perguntavam do que tanto riam aqueles homens gordos e contentes.
Riam da melhor decisão que já tiveram: criar grupos de militantes, que fariam com que aquelas ovelhas negras que, logicamente, começavam a nutrir dúvidas em relação ao sistema, achassem conforto. Apesar de serem facilmente controlados, alguns seres humanos pensavam um pouquinho. Em toda a sua imaginação, chegavam a perceber que havia algo errado, que alguém, certamente, os estava controlando. Bobagem, diziam os mais competentemente manipulado, Não existe nenhuma cúpula do mundo decidindo seu futuro. Mas há, sim. Existe uma cúpula decidindo o futuro, outra determinando o presente e uma última executando o passado. Apesar disso, os donos do mundo não gostam de ser indentificados. Assim, criaram líderes revoltosos: artistas, ativistas políticos, estudantes - pessoas de pouca importância - a fim de alimentar o menos possível todo um futuro de garotos que pensam ser possível mudar o mundo.
Riam da melhor decisão que já tiveram: criar grupos de militantes, que fariam com que aquelas ovelhas negras que, logicamente, começavam a nutrir dúvidas em relação ao sistema, achassem conforto. Apesar de serem facilmente controlados, alguns seres humanos pensavam um pouquinho. Em toda a sua imaginação, chegavam a perceber que havia algo errado, que alguém, certamente, os estava controlando. Bobagem, diziam os mais competentemente manipulado, Não existe nenhuma cúpula do mundo decidindo seu futuro. Mas há, sim. Existe uma cúpula decidindo o futuro, outra determinando o presente e uma última executando o passado. Apesar disso, os donos do mundo não gostam de ser indentificados. Assim, criaram líderes revoltosos: artistas, ativistas políticos, estudantes - pessoas de pouca importância - a fim de alimentar o menos possível todo um futuro de garotos que pensam ser possível mudar o mundo.
23.4.09
19.4.09
11.4.09
não gosto de falar de amor
é engraçado que eu sempre tive a impressão de que as melhores histórias de amor eram aquelas que não aconteciam. as unilaterais, distanciadas, impossíveis. a histórias tornar-se-iam intensas, justamente por serem platônicas. perfeitas em sua falta de substância e, portanto, sem meio de serem destruídas. escritos calmamente por corações feridos, imaginativos, dispostos a não serem usados. o outro seria perfeitamente tudo que sempre foi querido, endeusaria os defeitos que sempre foram escondidos, completaria a solidão.
é engraçado que quando o amor não se realiza, o outro sempre se torna cada vez mais perfeito. distante, sem muito contato, pode-se imaginar qualidades infinitas, histórias paralelas que nunca aconteceriam. solitariamente, todos os defeitos se apagam, rabiscam-se qualidades inventadas. perfeição de uma maneira que nunca seria possível de acontecer.
quando eu era criança, eu tinha a impressão que o relacinamento em si não teria a menor graça perto da conquista. o legal era sofrer, sonhar acordado, escrever cartas apaixonadas sem respostas, esperar pela retribuição. e depois? depois seria tudo muito chato. o feliz pra sempre dos contos de fadas deveria ser demasiadamente enfadonho.
mas depois de um tempo a gente cresce. percebe que escrever cartas sem resposta é muito chato. ficar esperando é muito chato. sonhar acordado é perda de tempo.
depois de um tempo, a gente só quer alguém pra chamar de nosso. e que nos chame de seu em troca. independente de perfeições.
10.4.09
Que coragem a dos suicidas! Deixam tudo para trás com a certeza latente de que realmente nunca fariam absolutamente nada além da podridão já concretizada. Deixam todos para trás certos de que são substituíveis o bastante para entes o mais queridos que sejam. Que coragem de admitir a inutilidade humana! Que coragem de admitir - para si e principalmente para o mundo - o quanto somos todos mesquinhos e patéticos e como simplesmente não merecemos simplesmente repousar nosso peso sobre a terra. Que coragem de mostrar o quanto somos todos realmente iguais no desespero de vivermos todos juntos nos corroendo aos poucos como os verdadeiros canibais insaciáveis que somos. Que coragem de assumir o animalesco. Que coragem de, finalmente!, tomar o controle da própria vida.
6.4.09
Ó, ó: agora você pode dizer o que pensa sobre todas as desumanidades que assolam seu lindo paisinho e torcer pra que alguém faça algo. Praticamente caridade.
E, sim, eu já escrevi o que eu penso. Duvidando muito que algo mude, mas escrevi.
E, sim, eu já escrevi o que eu penso. Duvidando muito que algo mude, mas escrevi.
2.4.09
25.3.09
quem é você?
quem é você?
há duas semanas a professora de direção de arte passou um trabalho de trazer ou fazer alguma coisa que nos representasse. o legal dessa matéria é que é uma optativa pra vários cursos, então tem gente da artes plásticas, cênicas, dança, letras, arquitetura, midialogia* e afins. eu fiz uma "escultura" de algo que eu achava que me representava, baseado no que meus amigos me disseram sobre mim. e qual não foi minha surpresa ao descobrir uma sala de uns 30 artistas cheia de gente que se representa através de seus gostos e suas ocupações. fiquei nauseada. saí da sala chocada. artistas pensando desse jeito. ARTISTAS!!
uma coisa que eu acho impressionante é como as pessoas não sabem se representar. ao perguntar para alguém "quem é você?" ela se esconde atrás das grades dos gostos e da profissão. como se uma banda vá dizer quem ela é... pode dizer o tipo de ambiente que ela freqüenta ou a maneira como ela se veste - se isso -, mas isso nunca vai traduzir atitudes, aspirações, traumas, visões de mundo. eu gosto de maquiagem, histórias de realismo fantástico, sorvete, in extremo e crucifixos. o que isso diz sobre mim? o que isso REALMENTE diz sobre mim? eu também sei fazer bijuterias um pouquinho, sei desenhar um pouquinho, sei mexer no photoshop um pouco mais, sei tirar fotos bonitas e escrevo razoavelmente bem. o que as coisas que sei fazer dizem de mim? eu quero trabalhar com cinema. o que você me diz agora? o que você sabe sobre mim agora?
outra coisa nauseante é como as pessoas tentam se mostrar. ao fazer um trabalho "representando" si mesmas, elas logicamente vão atrás das suas melhores características, aquelas que querem exibir. elas se moldam do jeito que gostariam de ser, do jeito que se planejaram, que construíram. elas mostram esse lado moldado e novo e falso para as pessoas. elas vendem um produto podre - carne em decomposição das feridas e traumas de anos e anos -, revestido do papel colorido e cintilante que é a máscara fabricada calculadamente por décadas observando a melhor maneira de se apresentar ao público.
acho que ninguém pode ser completamente honesto falando de si mesmo. eu não sou. eu omito muitas coisas que prefiro que ninguém saiba. e tenho certeza absoluta de que todo mundo é assim. depois de conviver consigo mesmo durante toda a vida, o tempo todo, conhecendo todos os seus podres, todos os seus erros, acho bastante improvável que as pessoas se gostem por completo.
mas isso é post pra outro dia. no dia que eu vou convencer todo mundo a se matar - ou, mais provavelmente, a me matar.
*midialogia é o curso que eu faço. perguntem ao google, não a mim.
23.3.09
8.3.09
1.3.09
23.2.09
eu: nossa, seu peso de porta é um cachorro bonito com olhos de botão!
artur: ele deve pensar a mesma coisa de você. "olha! é bonito e tem olhos orgânicos!"
eu: talvez no mundo dele os botões sejam como nossos olhos.
artur: ou você deveria fumar menos.
eu não sei se eu deveria me sentir elogiada ou ofendida quando as pessoas pensam que eu uso drogas.
artur: ele deve pensar a mesma coisa de você. "olha! é bonito e tem olhos orgânicos!"
eu: talvez no mundo dele os botões sejam como nossos olhos.
artur: ou você deveria fumar menos.
eu não sei se eu deveria me sentir elogiada ou ofendida quando as pessoas pensam que eu uso drogas.
20.2.09
olha, gente! eu descobri como faz o negocinho legal do flickr que as pessoas colocam no blog. é tão legal que faz minhas fotos até parecerem melhores. :]
19.2.09
está cada vez mais difícil achar histórias que valem a pena ser contadas.
ficou uma merda, mas lá vai:
ela se apaixonou pela primeira vez. ele nem sabia que ela existia.
ela se apaixonou pela segunda vez. ele achou outras meninas que valessem a pena.
ela se apaixonou pela terceira vez. ele quebrou seu coração.
ela se apaixonou pela quarta vez. ele a usou, irremediavelmente.
ele se apaixonou. ela teve medo e duvidou muito.
ficou uma merda, mas lá vai:
ela se apaixonou pela primeira vez. ele nem sabia que ela existia.
ela se apaixonou pela segunda vez. ele achou outras meninas que valessem a pena.
ela se apaixonou pela terceira vez. ele quebrou seu coração.
ela se apaixonou pela quarta vez. ele a usou, irremediavelmente.
ele se apaixonou. ela teve medo e duvidou muito.
11.2.09
31.1.09
era a menina que não sabia dar cambalhota, dar estrelinha, fazer bolha de chiclete, pular elástico, jogar cinco marias, jogar qualquer coisa que envolvesse bola, taco ou raquete, andar de bicicleta, nadar, pintar as unhas, fazer trança francesa, cozinhar bolo de caixinha, desenhar direito, tocar qualquer instrumento, andar na sarjeta sem cair, fazer a pedrinha pular na água. era a menina que sempre respondia às perguntas difíceis e errava as fáceis, que passou no vestibular, mas reprovou o exame teórico de direção. a menina que divaga - sempre -, que gosta de falar das pessoas mesmo sem conhecer, que pensa que entende o ser humano sem se esforçar em conversar, que precisa de muitos estímulos pra realmente gostar de alguma coisa, que tem preguiça dos processos.
cresceu e foi fazer cinema.
cresceu e foi fazer cinema.
27.1.09
sapatos odeiam os meus pés.
todos eles.
eu tenho pés gordinhos. não. gordinhos, não. só são meio grossos na frente. o resto é normal. não só isso não me ajuda a ter equilíbrio em cima do salto, como faz com que todos os sapatos fechados - e alguns abertos - do mundo me deixem com bolhas nos dois dedinhos, que, irremediavelmente, sempre ficam esmagados dentro do sapato. eu já desisti de andar de sapatilha sem bandaid pra não descamar o tornozelo. eu reservo esses sapatinhos pra oportunidades onde eu não teria que andar muito. faço a mesma coisa com saltos altos que, por causa da dor na ponta do pé, já praticamente aboli da minha vida. fiquei apenas com uma botinha simpática que, sendo cano médio, não machuca meu tornozelo. isso por si só já é uma vantagem valiosíssima.
sapatos de festa sempre foram um terror. salto fino é a maior desgraça da humanidade. anabela (vulgo plataforma) pode ser confortável, mas eu não gosto, acho feio e sem classe. e quase não fazem sapatos bonitos de saltos grossos. o meu primeiro salto alto foi comprado aos 9 anos. era um tamanquinho branco da Barbie. lembro de ter dito à minha mãe que eu queria um salto alto e ter apontado um tamanco de adulto no pé de outra mulher. eu mal sabia do apocalipse que me aguardava.
até hoje eu só consegui comprar um par de sapatos de festa confortáveis. é baixinho, salto grosso e revestido de almofadinhas. simplesmente maravilhoso. pena que fosse muito feio. quer dizer, era branco. o modelo era boneca. seria uma gracinha se fosse, digamos, preto. (comprei pra ser valsante numa festa de debutante. eu nunca compraria um sapato branco por vontade própria. na verdade eu só uso sapatos pretos. é mais fácil de combinar. até porque quase todas as minhas roupas são pretas.) é engraçado que quando eu tinha uns 14, 15 anos eu andava de salto fino, agulha, numa boa. eu nem escorreguei na hora de subir no tablado na colação de grau da 8ª série, olha só!
enfim, recentemente eu tive acidentes seguidos com sapatilhas (que machucou meus tornozelos e me deu bolinhas nos dedinhos, depois de andar uns miseráveis 20 minutos), sandálias de uma tirinha só (conseguiu ferir o único lugar que cobria) e, hoje mais cedo, um Allstar pirata quase me fez querer amputar meus dois pés.
tudo começou quando eu quis comprar um all star xadrês. só que all star xadrês não custa 60 reais como os modelos lisos, é muito mais caro. então eu fui na galeria do rock esse fim de semana, onde eu sabia que vendia modelos mais baratos, e comprei o meu. inocente e ingênua, eu nunca tinha percebido que era cópia. tudo bem, é barato e bonito e igualzinho. sem problema nenhum. calcei o sapato. era um pouquinho apertado na frente e incomodava loucamente atrás. a moça disse que lacearia com o tempo. o problema é que ela esqueceu de comentar que meu pé cairia durante o processo. o tênis é todo duro, não macio como um bom tênis de lona deveria ser, então eu não conseguia fazer coisas simples como esticar os dedos dentro dele.
eu tinha comprado no sábado e hoje resolvi estreiar. meu tornozelo doía, mas até aí, tudo bem. fiz minha aula de direção e depois fui dar uma voltinha pelo centro. andando, até que não era tão ruim. mas a cada oportunidade que eu parava, voltar a andar se tornava um sacrifício maior. quando eu finalmente tirei os sapatos para ver o estrago, percebi que meus tornozelos estavam em carne viva, vermelhos, com a pele repuxada pra cima, bolhas do tamanho da lua, ocupando quase toda a área dos dedinhos, e as solas inteiras vermelhas. eu nunca calcei um sapato tão desconfortável. nenhum salto agulha zoou tanto o meu pé quanto esse. eu queria devolver, juntar mais 20 reais e comprar um allstar de verdade - macio, que não vai me dar bolhas em nenhum lugar -, mas, vocês sabem... produtos falsificados...
no fim das contas, minha irmã, que tem o pé menor, resolveu pegar o tênis matador pra ela e eu vou arrumar outro. vou fazer a vendedora esperar enquanto eu passeio durante meia hora com ele pra ver se é possível viver com ele.
eu não sei sobre vocês, mas, no meu mundinho, sapatos desconfortáveis fazem o melhor dos dias se tornar um inferno.
25.1.09
Assinar:
Postagens (Atom)