28.4.07
24.4.07
Até onde sabia, poderia ter nascido lá. Ou melhor, brotado, pois não se lembrava da mãe, nem de ninguém. O quarto era escuro e muito alto. Não havia mobília. Uma única janela, lá em cima, de onde vinha a luz e, às vezes, a água.
Sua única distração era olhar o que acontecia além da janela. As sombras brincavam nas paredes, coloridas. Não sabia de onde viam aquelas cores, ou os sons, ou mesmo a luz. Não sabia o que era luz, só sabia que gostava.
Acordava com a luz entrando e dormia depois dela ir embora. Quando estava na escuridão, confabulava sobre o que haveria lá fora - se é que havia algo lá fora.
Passou anos assim. Dias após dia. Só olhando a luz, os reflexos de coisas coloridas que não conseguia enxergar de verdade. Só pensando no que poderiam ser.
Sua única distração era olhar o que acontecia além da janela. As sombras brincavam nas paredes, coloridas. Não sabia de onde viam aquelas cores, ou os sons, ou mesmo a luz. Não sabia o que era luz, só sabia que gostava.
Acordava com a luz entrando e dormia depois dela ir embora. Quando estava na escuridão, confabulava sobre o que haveria lá fora - se é que havia algo lá fora.
Passou anos assim. Dias após dia. Só olhando a luz, os reflexos de coisas coloridas que não conseguia enxergar de verdade. Só pensando no que poderiam ser.
23.4.07
21.4.07
16.4.07
Ela era jovem, pálida, de cabelos escuros e muito atraente. Estendeu-me a mão para que pudesse me pôr de pé. Sua mão teria sido gelado se eu ainda tivesse a capacidade de sentir. olhamos para o meu corpo roliço estendidosobre a grama. Em minha mão uma arma. Abaixo da minha cabeça uma pouça vermelho-escura crescia.
- Deveríamos sair daqui - ela disse com aquela voc paradozal que ao mesmo tempo repelia e atraia - Já está escuro, pode ser perigoso.
- Do que adianta? Estamos mortos.
- Você está morta. Eu nunca nasci.
Morte impeliu-me para que a seguisse até um riacho de cuja existência nunca me dei conta. Ela abriu um gigante guarda-chuva preto e jogou-o na água, de cabo para cima. Com sua ajuda, subi nele. Ela entrou logo atrás.
- Quer me contar o que houve?
- Como se você não soubesse...
- Sim, eu sei. Pensei apenas que você quisesse me contar.
Nossa distinta embarcação desceu o riacho sem ruídos, vargarosamente.
- Eu desisti. De tudo.
"No início, bem no início, eram os professores que me rebaixavam. Eu me sentia muito burra e inferior em tudo. Depois de alguns anos mudei de escola e senti que poderia me reinventar. Como toda criança, eu extrapolei um pouco e acabei sendo ridicularizada por isso. Passei dois anos tentando me adaptar. Qaundo finalmente consegui fazer alguns amigos, estes mesmo caçoavam de mim. Me chamavam de gorda e diziam que eu não tinha jeito com meninos. isso era muito forte porque naquela época todo mundo já tinha beijado uma ou duas pessoas. Os anos foram passando e eu fui ficando para trás. Fiquei muito encanada com minha parência por algum tempo.
"Quando eu pensei que nada poderia piorar, eu tive a notícia de que teria que usar um colete que corrigisse minha postura. A coisa aparecia por baixo por baixo da roupa, era desconfortável e eu me sentia muito humilhada. Usei aquilo por quase dois anos inteiros.
"Assim, decidi que eu nunca seria bonita e resolvi tentar outro método para chamar a atenção: a inteligência. É claro que o complexo baixinha, gordinha, óculos, colete e nerd não deu muito certo. As pessoas passaram a me ridicularizar ainda mais. Crianças são horríveis. Adolescentes são monstros. Tiravam sarro de tudo que eu falava, que eu fazia. Inventavam histórias sobre mim...
"Carreguei as chagas durante muito tempo. Decidi que foi demais. Eu chorava todas as noites por ser feia, gorda e inútil. Como se não bastasse isso, nem meus professores me levavam muito a sério."
- E então você se matou?
- Sim.
Ela segurou minha mão.
- Você é bonita. E especial.
Sorri, forçosamente, como eras meu costume ao receber as tão conhecidas chacotas. Ácida, perguntei:
- Do que adianta agora?
- Deveríamos sair daqui - ela disse com aquela voc paradozal que ao mesmo tempo repelia e atraia - Já está escuro, pode ser perigoso.
- Do que adianta? Estamos mortos.
- Você está morta. Eu nunca nasci.
Morte impeliu-me para que a seguisse até um riacho de cuja existência nunca me dei conta. Ela abriu um gigante guarda-chuva preto e jogou-o na água, de cabo para cima. Com sua ajuda, subi nele. Ela entrou logo atrás.
- Quer me contar o que houve?
- Como se você não soubesse...
- Sim, eu sei. Pensei apenas que você quisesse me contar.
Nossa distinta embarcação desceu o riacho sem ruídos, vargarosamente.
- Eu desisti. De tudo.
"No início, bem no início, eram os professores que me rebaixavam. Eu me sentia muito burra e inferior em tudo. Depois de alguns anos mudei de escola e senti que poderia me reinventar. Como toda criança, eu extrapolei um pouco e acabei sendo ridicularizada por isso. Passei dois anos tentando me adaptar. Qaundo finalmente consegui fazer alguns amigos, estes mesmo caçoavam de mim. Me chamavam de gorda e diziam que eu não tinha jeito com meninos. isso era muito forte porque naquela época todo mundo já tinha beijado uma ou duas pessoas. Os anos foram passando e eu fui ficando para trás. Fiquei muito encanada com minha parência por algum tempo.
"Quando eu pensei que nada poderia piorar, eu tive a notícia de que teria que usar um colete que corrigisse minha postura. A coisa aparecia por baixo por baixo da roupa, era desconfortável e eu me sentia muito humilhada. Usei aquilo por quase dois anos inteiros.
"Assim, decidi que eu nunca seria bonita e resolvi tentar outro método para chamar a atenção: a inteligência. É claro que o complexo baixinha, gordinha, óculos, colete e nerd não deu muito certo. As pessoas passaram a me ridicularizar ainda mais. Crianças são horríveis. Adolescentes são monstros. Tiravam sarro de tudo que eu falava, que eu fazia. Inventavam histórias sobre mim...
"Carreguei as chagas durante muito tempo. Decidi que foi demais. Eu chorava todas as noites por ser feia, gorda e inútil. Como se não bastasse isso, nem meus professores me levavam muito a sério."
- E então você se matou?
- Sim.
Ela segurou minha mão.
- Você é bonita. E especial.
Sorri, forçosamente, como eras meu costume ao receber as tão conhecidas chacotas. Ácida, perguntei:
- Do que adianta agora?
12.4.07
Quando eu crescer, quero ser cineasta. Quero ser igual o Tim Burton, que foi minha motivação para realmente querer estudar cinema. O Tim tem uns filmes muito, muito bons, com a fotografia perfeita, uns toques de neogótico interessantes que estão na moda agora (malditos emos!), personagens curiosos, enfim, filmes bastante diferentes.
Mas aí eu assisti 300. Meeeeeuuu!!! Eu quero fazer um filmes igual àquele!! Fora do comum, véio! O que é aquilo???
Even a god-king bleeds.
Eu já queria ver o filme, desde que fiquei sabendo de que estava sendo feito, porque eu adoro filmes épicos e eu sabia que seria mais ou menos na linha do Sin City, que é perfeito. Aí todo mundo começou a comentar que o filme era perfeito, aí eu fiquei com mais vontade de ver ainda. Então umas pessoas do curisnho e eu marcamos de assistir esta quarta, mas todo mundo miou. Então eu fui sozinha!
A sala estava vazia, exceto por uns 3 meninos e eu. A cadeira era um pouco desconfortável, tinha o enconsto muito inclinado e era macio demais. Sentei e coloquei minha mochila na cadeira ao lado, experimentando a solidão...
Aí começarou o filme e esqueci de tudo.
Primeiro tem a beleza do filme. Todas as cenas são invariavelmente belas, até àquelas que mostram personagens deformados e órgãos voando pelos ares. Impossível não olhar a tela. O vermelho do sangue é lindo. A edição é perfeita. É simplesmente uma obra de arte.
A trilha sonora é boa - tem uma mistura homogênea de música oriental com new metal que ficou muito, muito bom-, a história é boa, os atores são excelentes, os milhares de homens musculosas são melhores ainda (hehehe), o Rodrigo Santoro está bem viadinho, mas bem poderoso e as guerras... Ah! As guerras! Tem o discurso-coração-valente e tudo!
Perfeito, perfeito. Acho que desde Sin City não vejo um filme tão bom. Quando vão adaptar outro quadrinho do Frank Miller???
Mas aí eu assisti 300. Meeeeeuuu!!! Eu quero fazer um filmes igual àquele!! Fora do comum, véio! O que é aquilo???
Eu já queria ver o filme, desde que fiquei sabendo de que estava sendo feito, porque eu adoro filmes épicos e eu sabia que seria mais ou menos na linha do Sin City, que é perfeito. Aí todo mundo começou a comentar que o filme era perfeito, aí eu fiquei com mais vontade de ver ainda. Então umas pessoas do curisnho e eu marcamos de assistir esta quarta, mas todo mundo miou. Então eu fui sozinha!
A sala estava vazia, exceto por uns 3 meninos e eu. A cadeira era um pouco desconfortável, tinha o enconsto muito inclinado e era macio demais. Sentei e coloquei minha mochila na cadeira ao lado, experimentando a solidão...
Aí começarou o filme e esqueci de tudo.
Primeiro tem a beleza do filme. Todas as cenas são invariavelmente belas, até àquelas que mostram personagens deformados e órgãos voando pelos ares. Impossível não olhar a tela. O vermelho do sangue é lindo. A edição é perfeita. É simplesmente uma obra de arte.
A trilha sonora é boa - tem uma mistura homogênea de música oriental com new metal que ficou muito, muito bom-, a história é boa, os atores são excelentes, os milhares de homens musculosas são melhores ainda (hehehe), o Rodrigo Santoro está bem viadinho, mas bem poderoso e as guerras... Ah! As guerras! Tem o discurso-coração-valente e tudo!
Perfeito, perfeito. Acho que desde Sin City não vejo um filme tão bom. Quando vão adaptar outro quadrinho do Frank Miller???
3.4.07
Nos últimos anos, o Acre tem sido uma piada nacional, como vocês sabem, porque ele simplesmente não existe. Chateado com isso, o estado tem protestado, aparencendo cada vez mais na mídia. Primeiro, o ilustríssimo presidente boliviano Evo Morales nos lembrou de que o Acre foi comprado a preço de banana de seu país. Em seguida, comecei a ouvir boatos de que realmente há pessoas acreanas (ou seriam acreenses?) (uma amiga minha conheceu algumas pessoas pagas pelo governo que se diziam de lá). Ano passado, o Acre até caiu no vestibular (acho que foi na Vunesp) e, no último sábado, no meu simulado (em que eu, esperta que sou, acertei a questão).
Diz-se, no site do Senado que "O Acre foi área litigiosa até o início deste século, definiu-se com a conclusão das negociações em torno de seus limites com a Bolívia, em 1903, e com o Peru, em 1912, sendo anexado definitivamente ao Brasil. Desde então, passou à Unidade da federação Brasileira com status político-administrativo de Território Federal, tendo sido elevado à condição de estado através da Lei nº 4.070, de 15/06/1962." (É claro que eu não pesquisei isto, este foi o texto enunciando a questão do Acre no simulado.) Bom, como o próprio Senado afirma - e nunca devemos duvidar do Estado - deveríamos acreditar cegamente que o Acre realmente existe, em algum lugar distante do estremo noroeste do nosso país.
Levanto, assim, uma grande dúvida: e a Rondônia? Nunca conheci ninguém da Rondônia, nem alguém que tenha passado as férias por lá, nem livro ou filme ou novela alguma que se passasse na Rondônia. Será que a Natura extrai buritis da Rondônia? Tem algum afluente importante do Rio Amazonas na Rondônia? Qual é a capital da Rondônia? Aliás, o que tem de bom na Rondônia?? Será que ela existe??? Ou será mais outra pilantragem geopolítica feita apenas para nos iludir sobre as proporções continentais do nosso ínfimo país?
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