2.1.13

Automutilação

Gosto de pintar as unhas em casa. Não sou a melhor manicure do mundo, mas pelo menos não gasto dinheiro com o serviço de outra pessoa que faria os mesmos erros que eu. E eu tiro as cutículas. Todos os blogs de beleza e revistas de moda e até minha mãe me dizem que eu não deveria tirar as cutículas. Elas protegem as unhas de infecções, não deixando as bactérias entrarem. Além disso, se eu tirar a cutícula, ela volta maior e mais grossa, como um sistema de defesa do corpo. Influsive é por isso que não é aconselhável lixar a pele morta dos pés, a pele só vai voltar mais grossa e mais áspera. O jeito é hidratar: a cutícula, o pé e o cotovelo.

Comprei mil creminhos para os dedos. O pé não me incomoda muito, nem o cotovelo. Um tônico mágico da Avon que diminui a cutícula, uma beleza. Funciona mesmo, mas tem que passar todo dia. Uma cerinha maravilhosa da Granado que, além de tudo, tem um cheirinho gostoso. Mas tem que passar duas vezes ao dia. Aí a pele morta desaparece, as beiradinhas grossas dos cantinhos das unhas ficam macias, os fiapinhos de pele cortada nem aparecem tanto. Mas em meia hora a pele seca. De qualquer jeito, odeio a sensação de mãos pegajosas. Melam o teclado do computador, a telinha do celular, fica difícil manusear as chaves, separar o dinheiro e abrir sacolinhas plásticas e virar páginas de livros se tornam tarefas quase impossíveis.

Minhas cutículas vivem ressecadas. E eu, perfeccionista que sou (apesar de nunca conseguir terminar nada), teimo em levar aquele alicate cego à pele morte. Estes são os dias bons. Alicate deixa tudo certinho. Quando estou longe dele, puxo a pele com as outras unhas, com os dentes. Não consigo me conter. Faço isso quando estou entediada e sem o que fazer com as mãos, no ônibus, em palestras e aulas, vendo TV.

Gosto de ocupar as mãos enquanto preciso pestar atenção em alguma coisa. Fazer duas coisas ao mesmo tempo, principalmente se a segunda ação for completamente automática e livre de pensamento, faz com que a segunda se faça com mais atenção. Me disperso com facilidade. Sempre tive que tomar notas em aulas, senão acabava presa em um delírio qualquer por horas a fio. Acontece a mesma coisa conversando com pessoas, preciso me policiar o tempo todo. E, nessas, arranco pedacinhos da pele das pontinhas dos dedos.

Costumava roer as unhas quando era mais nova. Pegue nojo do pozinho que se acumulava embaixo e parei. Aí comecei o novo vício. Quando comecei a realmente cuidar dos dedos, com todos os produtinhos de que falei mais cedo, comecei a arrancar cabelo e pele do couro cabeludo. Fiquei com medo de que o cabelo começasse a cair. Realmente gosto do meu cabelo. É dourado e ondulado e todo mundo acha bonito. Não quero que ele caia. Voltei a comer a cutícula.

5 comentários:

Dea Carvalho disse...

Li um texto, mas encontrei um espelho. Ó eu aí!

Nina disse...

Ainda possuo esse hábito péssimo de roer as unhas, desde criança. E também como as cutículas. E faço as unhas dos pés em casa, cansei de aplicar esmalte, corto sem a menor vaidade.
Abraços.

gabipudding disse...

Não sei, não consigo, sou incapaz, e se um dia manejar um alicate nas minhas unhas, decepo meus dedos fora e jamais serei capaz de escrever ou desenhar. Não consigo sequer pintar as unhas da mão esquerda.

Tenho a pãodurice e as vezes não quero pagar pra alguém fazer (mal feito), mas quem eu quero enganar? Sempre que tento fazer algo desse tipo, vou correndo pro salão pra tentar consertar as cagadas que fiz. Sou extremamente dependente e tenho que pedir pra minha mãe ou pra alguma amiga do trabalho tirar aquelas pontas de unha irritantes e doloridas.

Isso não é vida.
Preciso aprender a fazer as unhas (meta 2013).

Beijo!

Ahh! E compre uma agenda fofa!

Emilaine Vieira disse...

Nossa, agora lendo o post eu lembrei que comprei o creme para cutículas da Avon há uns meses, usei uma vez e esqueci que existia. hahah
Eu não tiro por preguiça mesmo... Só tenho saco pra parar uns minutos pra fazer a unha e se decidisse tirar cutículas aí sei que não fazia nunca mesmo. rs Já tive a fase de vício, hoje em dia só pinto quando dá vontade e deixo pra lá.

Tenho mania de quebrar todas com as próprias unhas quando estão maiores. Fico lutando pra nem lembrar disso, pra não acabar fazendo (tipo agora AAAAAAAAAAH).

Kamilla Barcelos disse...

Eu me arrisco a fazer minha unha, mas sempre fica uma bosta. hahaha Mas nunca tive mania de roer unha, nem comer cuticula.