catarse/caverna
o ônibus deveria ter saído há 5 minutos. eu tenho um só cd no ipod que já ouvi vezes demais. estou sem disposição para ler os dois livros teóricos que estão na bolsa. tem gente demais no ônibus. conversando. tem crianças demais no ônibus. conversando, gritando e chorando. tudo agudo demais. elas são feias demais, parecem todas bonecas mal-feitas de cerâmica barata ou adultos que não cresceram o suficiente. odeio crianças. de verdade. são incompletas e incorruptas pelo mundo. ou são corruptas demais, escondendo consumismo aceletado atrás de ingenuidade. queria trancar as trompas para não correr o risco de ter meus próprios filhos. meus filhos são meus projetos. todos eles, que insistem em não sair do papel. por falta de tempo, de dinheiro, de esforço, de vontade. queria ter idéias mais fáceis de serem executadas. um gramado. um casal. falando sobre amor e sobre outros temas fundamentais. singelo. simples. absolutamente sem graça.
se eu tivesse continuado a desenhar desde os 9 anos, se eu ouvisse as recomentações da família inteira e nunca parasse de desenhar, eu poderia ter desenvolvido habilidades manuais melhores e fazer minhas próprias animações sozinha, sem depender da porra da disponibilidade de ninguém. minha cabeça tá doendo de tanto chorar. não aguento mais adiar as coisas por falta de tempo - alheia.
8 comentários:
não me desejem sorte. estou bem. de verdade.
não desejarei sorte, desejarei resultados, pode ser? (:
:*
eu odeio criancas tambem. nao quero ficar gravida. mas adotaria. estranho.
it's never too late. voce ainda pode aprender muita coisa. voce ainda pode desenvolver suas habilidades manuais. voce pode TUDO. and never let someone tell you otherwise.
Quero ter filhos para estragar e fazê-los não crer em certas coisas (Deus, por exemplo), porque minha educação foi assim.
Mas idem, detesto crianças.
Ainda não tenho certeza se quero ter um (note o singular) filho ou não... De vez em quando a gente encontra uma criança boazinha hoje em dia, mas a maioria é um bando de pestes do inferno! Não decidi se é tão importante para minha realização e felicidade. Sei que eu seria uma mãe meio ausente. Às vezes pergunto se é justo ter um filho nessas condições, às vezes lembro que minha mãe também focou a carreira e foi ausente e eu estou aqui, vivinha e saudável, e nem virei psicopata nem nada. Então sacudo a cabeça até expulsar todas essas ideias baseadas em julgamentos infames de gente que acha que sabe tudo o que é certo e melhor pro mundo, e retorno à minha indecisão. Por enquanto, melhor assim.
Depender da disponibilidade/disposição alheia é tenso...
po, clube da luluzinha falando aqui, fico com pé atrás dalgo falar :|
mass, é tipo ver filme ruim, tem um monte por ai, mas voce sabe que o seu não vai ser, porque voce nao é porca que nem as outras pessoas.
e po, acho que "depositar todos os ovos numa só cesta" pode ser um erro dé. sabe, eu gostaria de tá fazendo música pra Osesp tocar, mas nem o quarteto de cordas do ia toda uma composição minha. eu corro com as coisas que estao a minha volta, produzo coisas com meus amigos. no fundo, agora, acho, é tudo que a gente pode ter: amigos.
ah, bem gueizinho, conta comigo ó!
concordo sobre os filhos serem as idéias. penso muito assim. sobre os filhos de verdade, eu enxergo de uma maneira meio brás cubas. não quero transferir pra ninguém a desgraça de ter que viver nesse mundo.
nao consigo mais ler no onibus. os ruidos (q vao de crianças, pessoas e funk alheio) nao me deixam... =/
filhos são enormes pesos de ouro e prazer...
...e, te entendo. =/
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