Eu tenho medo de algumas coisas. Tem os básicos, como insetos feiosos, cair no escuro, estragar o cabelo ao pintá-lo por conta própria e morrer. Tem os bizarros, como palhaços com cara de mau, cenas de banheiro em filmes, pessoas vestidas de animais, mariposas e bichos de pelúcia com narizes pontudos. Estranho mesmo é que, embora eu sinta medo dessas coisas, eu gosto de tê-los ao redor (menos pessoas vestidas de animais, já que isso me tira do sério. mesmo.), talvez para que eu supere esses medos.
Mas aí tem os medos um pouco mais surreais. Eu tenho medo de me descascar até chegar à carne. A sensação é pior no verão, com praia e piscina e futuro câncer de pele. Mas o ano inteiro eu me policio para não roer as cutículas das unhas das mãos e acabar descobrindo a cor real das artérias.
Perder-me também é uma das minhas maiores aflições. Isso se torna ainda pior levando-se em consideração o meu péssimo - quase inexistente - senso de direção. Eu sempre me preocupo em acabar sozinha em algum lugar desconhecido sem dinheiro e sem créditos no celular. E, por isso, nunca mais poder voltar para casa. Se bem que, depois de muito tempo no lugar estranho eu teria duas opções: 1) morrer ou 2) me adaptar. Acho que prefiro a segunda opção (a menos que eu tenha me perdido na Argentina). Desta forma, eu acabaria me achando. É meio complicado essa história de se achar ao se perder. Jogo de contradições interessante.
E, até mês passado, eu tinha medo de ficar sozinha pra sempre. Eu estava me acostumando à idéia, já, mas, quando a gente se conforma é quando o perigo realmente se torna real.
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