27.2.13

C is for Cookie

Achei uma receita de biscoito na internet que era tão fácil, mas tão fácil que eu decorei. Eu não costumo cozinhar, não tenho paciência, mas acho que cozinho razoavelmente bem e, de uns anos pra cá, nada que eu fiz foi catastrófico. Além disso, o biscoito era de Nutella.

Se você quiser fazer também, pegue o caderninho de receitas e anote como fazer. Cuidado pra não perder nada.


  • 1 ovo
  • 1 copo de farinha de trigo
  • 1 copo de Nutella

Aí é só misturar bem misturadinho, fazer formato de biscoito e colocar no forno a 180º por 5 a 10 minutos, dependendo se você gosta dos seus cookies mais durinhos ou mais maciozinhos. Servir com leite.


E é só isso!  Eu deixei por 8 minutos e ficou perfeito. Não precisa nem untar a forma por causa do óleo de amêndoas da Nutella. A primeira fornada que eu fiz ficou mais gordinha, com recheio molinho. A segunda, com cookies mais fininhos, ficou mais crocante. Gostei das duas.

O problema é que tem que ser rico (ou morar com os pais), porque um copo de Nutella é uma embalagem de Nutella quase inteira. Da próxima vez vou ver se coloco macadâmias e fazer o cookie mais caro do mundo!

Receita original, além de outras nove dicas de comidas muito fáceis, aqui. Aliás, o Messy Nessy Chic é um blog super legal cheio de curiosidades histórias e coisas interessantes.

22.2.13

Pitiníase Rósea

Tenho médicos demais na família. Quando fico com um problema de saúde, minha mãe resolve, principalmente porque ela raramente erra um diagnóstico (a menos que eu esteja resfriada, quando ela sempre diz que eu estou com pneumonia e que vou morrer - porque pneumonia é muito perigoso nessa idade). Se ela não souber o que é, uma das minhas tias resolve. Senão, meu primo resolve e em breve meu irmão vai conseguir resolver também. Eu raramente vou em outros médicos. Infelizmente, nenhum dos meus parentes é dermatologista.

E eu, que puxei todos os genes ruins do lado alemão do meu pai, pego alguma coisa estranha na pele todo verão. Minha mãe, que nunca erra diagnósticos, diz que é o calor, que eu sou sensível demais. Me sinto o Harry protestando contra a Madam Pomfrey na ala hospitalar "I'm not delicate!" Pelo menos tenho uma desculpa maravilhosa para me mudar algum dia para um lugar mais fresco: meu organismo simplesmente não aguenta esse calor. Já estou planejando todas as coisas legais que vou fazer em Oslo.

E então que em Dezembro apareceu um coiso estranho na minha barriga. Mostrei pra minha mãe, que já sabia o que era, mas não tinha certeza, então mostrou pra um amigo dermatologista. Ele me receitou a pomada que cura todos os problemas de pele que já tive na vida. Começou a melhorar. No entanto, um tempo depois, começaram a aparecer mais coisos parecidos, menores, em outros lugares do corpo. Todo mundo me disse que era normal, então continuei passando a pomada.

Até que no Carnaval resolvi ir pra Florianópolis e eu sabia que resolveria todos os meus problemas. O mar sempre cura todas as doenças. Corte? Feridas? Espinhas? Enfia na água salgada que passa. Quando eu entrei no Mar Morto, o supermar, todas as minhas feridas cicatrizaram, inclusive uma queimadura horrível que eu tinha feito dias antes, que insistia em não melhorar, mesmo com remédio. Parei de passar a pomada só na menção de ir à praia.

Mas é claro que nada deu certo do jeito que eu queria. Fiquei doente e as feridas só pioraram e aumentaram de tamanho. Entrei em desespero, estava virando um monstro. Pior: o mar tinha me traído!

Marquei consulta na dermatologista. A última vez que eu tinha ido foi ano passado, também no verão, quando eu tinha virado um monstro pela primeira vez. Foi só telefonar que as lesões começaram a melhorar de novo, estavam bem menos vermelhas. Me senti uma idiota.

Chegando lá, ouvi a melhor coisa que é possível ouvir de um médico. Estava tudo bem, poderia ser bem pior, que era assim mesmo e que eu iria melhorar sozinha. Realmente não há nada no mundo como se recuperar de doenças sem precisar de nenhum remédio.

8.2.13

Nostalgia

A gente faz 20 e poucos anos, começa a se achar velho e a sentir saudade do jeito que as coisas eram quando a gente era criança e não tinha responsabilidades ou dores no coração. Aí a gente fica se convencendo de como era legal fita K7 e disquete (que só quem nunca teve que usar pra achar que era bacana), de como os desenhos animados que a gente assistia eram tão mais educativos (sendo que tinha um diabo travesti como um dos maiores vilões das Meninas Super Poderosas) e de como eram gostosas as comidas que a gente comia quando era pequeno. Até trouxeram o chocolate Lolla de volta. Juro que eu não lembro desse, vai ver não era da minha época.

E então que eu precisava perder umas horas em São Paulo. E eu decidi ir pra Liberdade porque é lá que se perde tempo comprando adesivos e doces, comendo comida japonesa por um valor razoável e fingindo que a gente tá em Tokyo. Entrei numa loja maravilhosa só de doces, bem pertinho da saída do metrô. Lá vende doces importados e nacionais por preços módicos. Uma das coisas mais baratas era uma barra de chocolate branco com pistache, importada da Turquia. Diz Beyaz Çikolata Antep Fistikli na caixa. Agora eu sei como se diz chocolate em turco. E custava só R$2,90. Eu adoro pistache. Não gosto muito de chocolate branco. Se fosse uma merda, pelo menos teria perdido só dois e noventa.

A outra coisa que eu achei foi Tortuguita. Tinha de todos os tipos: chocolate branco com recheio de chocolate preto, brigadeiro e chocolate preto com recheio de baunilha. Escolhi o último, o mais gostoso. Adorava Tortuguita. O ritual de comer a cabeça primeiro, igual na propaganda, depois as perninhas, depois ir pro casco. Saudade de todas essas comidas que a gente comia com ritual: chocolate da Mônica, bolachinha Foffys. Tenho certeza que as crianças de hoje têm rituais diferentes pra comer as comidas deles e que nossos pais tinham outros costumes semelhantes.

Sentei na escada do metrô pra comer meu chocolate, que reservei pra depois do almoço. Tinha um grupo de amigas conversando na escada abaixo de mim, dois casais namorando logo na frente do metrô, um de adolescentes bem novinhos, outro mais velho.

Abri minha Tortuguita. Mordi a cabecinha. Gosto de chocolate hidrogenado. Mordi as perninhas. Mordi o corpinho, tomando cuidado pra não encostar o chocolate nas minhas mãos sujas de escada de metrô (quando a gente é criança, não tinha essas preocupações), a baunilha era doce demais. A única coisa que salvava eram as bolinhas crocantes do recheio. Terminei a tartaruga, bem maior do que eu lembrava, por orgulho, por saudade aos velhos tempos. E ainda tinha um casal da minha idade que realmente deveria parar de se pegar no meio da rua e ir a um motel.

Espero que nunca voltem a fazer o chocolate da Mônica. Existem coisas, como fitas K7, disquetes e desenhos animados homofóbicos, que só são boas mesmo no passado.