21.3.06

A Terra estava morta. As árvores eram nuas. Os animais não existiam mais. Nem os ratos, símbolos perfeitos dfo nojo há alguns anos atrás, conseguiram sobreviver. Apenas as baratas e outros insetos incolores, combinando com a paisagem monocromática na qual vivíamos.

Certo dia saí em busca de alguma vida entre as ruínas. Andei, andei... E, finalmente, após dias de busca, o encontrei. No bêco mais fundo e isolado, onde nunca imaginei que peregrinaria. Lá estava ela, o ícone dos meus sonhos: uma estufa de vidro!

A casa de vidro era linda. Um castelo verde. Havia plantas e árvores e pássaros e insetos coloridos. Penso, até, que vi um coelho entre os arbustros.

Nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Como nunca fui egoísta, fui espalhar a novidade aos meus amigos. Imediatamente, todos se apaixonaram pelo meu paríso quase tanto quanto eu. Logo começaram a discutir nossa nova vida na estufa.

Quando chegamos à casa de vidro, na manhã seguinte, estávamos todos lá. Todos e mais alguns.

- O que eles estão fazendo aqui? - perguntou um, furioso.

- Eles são minha família! - respondeu o outro - É claro que posso trazer minha família!

- Não! - esbravejou um terceiro - O paraíso é só nosso!

Nisso, as pessoas começaram a gritar e a brigar, coisas que o ser humano faz de melhor.

Olhei para o chão, para a casa, para os animais, para as pessoas brigando, para as pessoas gritando e disse, para mim mesmo, porque os outros estavam muito ocupados para ouvir:

- Meu Deus! O que foi que fiz?
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Porque as vezes a gente sente uma vontade absurda de fazer coisas certas.

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