Houve rebuliço nos jornais. Caravaggio encontrado em sótão em Toulouse, sul da França.
Estudiosos em história da arte discutiram no mundo inteiro se pode mesmo ser original. Afinal, é conhecido que Caravaggio morreu na Toscana, não no sul da França.
As semelhanças observadas, no entanto, eram incríveis. Para um cadáver de trezentos anos, o corpo estava bastante conservado. A pele repuxada sobre os músculos carcomidos do tórax revelavam bem as cicatrizes características de décadas de brigas de bar. As mãos ainda guardam resquícios de pigmento preto encrostados na pele, resultado de anos de má higiene.
Apesar das impressionantes conformidades físicas, especialistas ainda precisavam fazer testes com os materiais para averiguar sua autenticidade, como raio-X e carbono-14. O governo já havia anunciado que Caravaggio permanceria em solo francês para facilitar o andamento dos exames, que eram realizadas no Louvre.
Durante a fase de pesquisas e certificação, hipóteses já haviam sido levantadas quanto ao valor inestimável do artefato. O governo italiano já reclamava o corpo para si, alegando que o pintor deveria descansar em Roma, onde passou a maior parte da carreira. Os últimos sobreviventes da família Caravaggio recentemente entraram na disputa.
Resta saber quão dispostos estão os colecionadores particulares.