classe média
aprendi com meu pai que lugar de bandido é na cadeia.
aprendi com minha mãe que se tratarmos empregados bem demais eles montam em cima da gente.
aprendi com meu tio que a corrupção do governo é uma vergonha e que sonegar imposto de renda é só um meio para impedir que outras pessoas roubem nosso dinheiro.
aprendi com minha tia que uma massagem linfática e um jeito no cabelo - preferencialmente com descoloração - são a solução para quase todos os problemas. o álcool, combinado com alimentos ricos em fibras e pobres em calorias, solucionam todo o resto.
aprendi com os professores do colégio particular com a maior mensalidade da região que o comunismo é a única saída para o mundo.
já meu tio diz que é a pena de morte.
meu primo mais velho, por outro lado, acredita que é a portabilidade e as tecnologias wi-fi.
minha tia mais velha prega que o ofício não é uma fonte de prazer e que é preciso trabalhar muito e ser muito bem remunerado.
uma amiga minha dos tempos de colégio adorava carros tunados e achava um absurdo quem ia buscar o filho na escola com a BMW da empresa.
meu tio acha que a eleição do PT foi a melhor coisa que já aconteceu com o Brasil. e ele só viaja para trazer souvenirs.
e eu parei de ler jornal para não ter mais alguém me dizendo o que pensar.
27.4.10
3.4.10
expressionismo alemão
vestidos de preto, eram três. entraram devagar pela porta, tomando cuidado para não fazer barulho. debruçaram-se sobre a cama, observando o homem enorme e gordo roncando. fazia as paredes tremer, o lustre sacudir e toda a casa vibrar. entreolharam-se. com dor no coração, sabiam o que deveria ser feito. ergueram a rede e jogaram-na sobre o homem.
imediatamente ele acordou, gritando, gerando sobressaltos nos três. a mulher ao seu lado despertou igualmente e, furiosa, indagou:
- kinder! was machts du?!
abaixaram a cabeça. os três. já eram grandinhos. deveriam ter se acostumado com isso.
- mutter... - começou um deles.
- é que não conseguimos dormir... - disse o outro.
- papai ronca demais... - completou o terceiro.
- e queremos expulsá-lo de casa. - terminou aquele que falara primeiro.
vestidos de preto, eram três. entraram devagar pela porta, tomando cuidado para não fazer barulho. debruçaram-se sobre a cama, observando o homem enorme e gordo roncando. fazia as paredes tremer, o lustre sacudir e toda a casa vibrar. entreolharam-se. com dor no coração, sabiam o que deveria ser feito. ergueram a rede e jogaram-na sobre o homem.
imediatamente ele acordou, gritando, gerando sobressaltos nos três. a mulher ao seu lado despertou igualmente e, furiosa, indagou:
- kinder! was machts du?!
abaixaram a cabeça. os três. já eram grandinhos. deveriam ter se acostumado com isso.
- mutter... - começou um deles.
- é que não conseguimos dormir... - disse o outro.
- papai ronca demais... - completou o terceiro.
- e queremos expulsá-lo de casa. - terminou aquele que falara primeiro.
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