3.5.14

Potes de Tatuagens

Pele encrustrada com borracha derretida, carvão e mais sei lá o que em prisioneiros poloneses, entalhados com pedaços de vidro, clips de papel e lâminas de barbear. Extraídos de seus corpos depois de mortos e colocados em vidros de formal numa universidade e fotografados por uma artista. É impossível ficar melhor que isso. Acho que se nada disso apodreceu e virou um câncer, nunca mais preciso me preocupar com os meus dois rabisquinhos esterilizados numa clínica.


O projeto Special Characteristics (Características Especiais) foi apresentado pela primeira vez na Paris Photo em 2010. A série apresenta tatuagens recolhidas pelo Departamento de Medicina Forense da Jagiellonian University, em Kraków, desde 1872. A coleção de fotografias também foi chamada de Criminal Code (Código Criminal) por revelar os tipos de códigos e o senso de humor dos criminosos, mas isso parece um pouco superficial considerando o conteúdo bem pouco nebuloso dessas tatuagens, compostas basicamente de pornografia (exceto pela Marca Negra aí no meio, alguém precisa pesquisar sobre isso).

É legal também que a fotógrafa é uma mulher. Acho tão inspirador achar outras mulheres que lidam com o mórbido e o bizarro. Katarzyna Mirczak nasceu na Polônia em 1980, estudou arqueologia, se especializou no Egito e no Oriente Médio, mas depois acabou se dedicando à fotografia. Todos os seus projetos têm uma carguinha mórbida, desde este mesmo projeto das tatuagens, até diversos ensaios envolvendo vítimas de homicídios. Em uma entrevista para a Tygodnik Powszechny, na edição de 18 de novembro, ela afirma que "fotografia nunca é objetiva. É feita por um par de olhos, atrás desse par de olhos está um cérebro, depois os sentimentos de alguém e experiências".











Fontes: aquiaqui



2 comentários:

Flá Costa* disse...

Menina, mas que coisa interessante! E então que é pele mesmo. Sou apaixonada por tatuagem e não me conformo de ainda não ter feito uma!

Thay disse...

Que projeto inusitado! Fiquei me perguntando quem foi que teve a ideia de remover a pele tatuado e colocar nos potes, em primeiro lugar. Mórbido ou não, é um tipo de documentação incrível dos costumes de um grupo de pessoas, e é sempre válido estudar esse tipo de coisa. Ah, poxa, e a fotógrafa estudou arqueologia, se especializou no Egito?! Meu sonho de criança! Se aqui no Brasil tivéssemos como, ai, ai.