Eu fiz um hábito de ouvir a conversa dos outros. Acho que isso vem do fato de eu, pessoalmente, nunca ter assunto e, daí, nunca ter conversas. Pelo menos nunca conversas úteis. Mas a maioria das conversas alheias também não é útil. Ah. Mas dá para se ter uma boa idéia do que as pessoas alheias acham da vida alheia. Porque a maioria das conversas é sobre a vida alheia. Em “vida alheia” quero dizer “vida dos outros”. Então eu costumo ouvir os outros falando dos outros. Isso. Normalmente falar dos outros é inveja. Li isso ontem numa reportagem da Superinteressante de porque amamos odiar celebridades. Celebridades. Outro assunto bacana para ouvir. É uma ótima maneira de se manter atualizado no mundo das estrelas sem ter que ler Caras ou procurar na Internet. Antigamente eu gastava horas procurando fotos dos meus artistas pop favoritos apenas para guardá-las no computador, ocupar megabytes preciosos que poderiam ser usados para coisas mais úteis (como jogos, músicas e fotos minhas) ou imprimir às vezes (por isso meu pai nunca mais comprou tinta para a impressora). Antigamente eu me intrometia nas conversas dos outros. Hoje eu fico olhando com cara de cachorro pidão esperando que me convidem para participar da conversa. Convidando ou não, eu normalmente continuo sem falar nada ou só concordo, apesar de eu (tendo opinião ou não) quase sempre discordar. Peguei isso do meu pai, que nunca concorda com ninguém e sempre vem confessando para mim depois que achava aquilo (seja filme, palestrante ou alguém dando opinião, simplesmente) um monte de besteira. A probabilidade é que todo mundo deve achar que eu não tenho opinião. Não faz mal, prefiro surpreender mesmo.
Agora, bom mesmo é ouvir conversa sobre novela ou Big Brother e ficar toda perdida, mas isso é assunto para outra hora.
Obs: No papel isso deu uma folha frente e mais um pouquinho. Tipo, ontem eu vi fantasma da ópera no cinema com a Rebecca e o Igor. É legal, o único problema é que não acaba nunca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário