15.4.11

Sobre coleções

Eu sou uma pessoa muito prática, ao contrário do que tudo indicaria. Acho que as únicas coisas inúteis que deveríamos cultivar são as histórias - e nem elas considero inúteis. Daí tenho horror a arte só para ser bonitinha, a peças de roupa que só servem de adereço e demais tranqueiras que poluem o ambiente. Decoração é válido, mas só se tiver valores sentimentais. Minha mãe e minha irmã, por outro lado, virginianas, são pessoas bem apegadas às coisas e guardam todas as bugigangas como lembrancinhas de todas as coisas do mundo. Aí, por algum motivo, aprendi que era certo guardar as coisas. E comecei a guardar, mesmo sem querer muito, agendas de outros ano, cartazes de exposições em que eu fui, convites de coisas, aqueles cartões postais com propagandas bacanas, agendas antigas, tudo.

Tive uma coleção bem grande de entradas de cinema. Eu gostava bastante, mas parei de juntar de uns anos pra cá quando começaram a imprimi-los em rolo de papel de recibo de cartão de crédito, o que faz com que a tinta saia com facilidade e percamos a recordação de qual ingresso é de que filme, tirando totalmente o sentido deles. Maldita modernidade.

Já colecionei ímãs, papel de fichário, papel de carta, adesivos, chaveiros, coisas de girafas, tive compulsão por brincos, esmaltes, essas coisas pequenas e baratas que usamos uma única vez. Mas parei. Chega uma hora que perde o sentido. Mais fácil só consumir o que se gosta e o que se vai usar em vez de só ir tentando juntar mais e mais coisas.

"O DVD é bom?"
"Não, só comprei pra completar a coleção."

Capitalismo selvagem. A parte boa de juntar coisa inútil é depois poder jogar tudo fora. E eu adoro jogar coisas fora.

5 comentários:

Emilaine Vieira disse...

Eu sou do tipo que tem pena de jogar coisa foraaa. Sempre acho que vai servir para algo depois...
Principalmente papéis. haha Mas parei mais com isso hoje em dia. :~
De comprar pra colecionar acho que só tive isso com esmalte. :/ E ando parando mais agora também..

Anna Vitória disse...

Eu junto as coisas mais por preguiça de dar fim nelas do que um apego em si. Preguiça e dó, sempre olho as agendas antigas e fico "nossa, que dó jogar fora". Aí eu guardo, e vou guardando, até me dar a louca e um dia eu ir e jogar tudo fora.
Eu gosto mesmo de guardar cartas, bilhetes e desenhos que ganho, porque sempre que resolvo abrir minha caixa de lembranças fica um sentimento muito muito bom. Livros e DVDs também, mas aí talvez seja compulsão.
Beijo

Anônimo disse...

Faço coleção de tudo. Fotos, cetim, marcadores de pagina, cartas, ingressos, folhetos... Sou de tourivel para deixar minhas tranqueiras para trás. Mas não procuro ser capitalista nesse sentido. Guardo para lembrar das pessoas também.
Abraços.

Bruna Rodrigues disse...

Eu nunca colecionei nada regularmente, posso dizer que juntava coisas inúteis aleatoriamente, o que acho diferente, porque colecionar requer dedicação, paciência. Mas hoje a única coisa que junto são livros e apostilas que provavelmente não vou conseguir ler e horas de sono que não vou poder recuperar tão cedo.

PS: Também adoro jogar coisas fora, dá uma sensação de redenção impagável.

Rebecca Sophia disse...

Existe um momento que temos que jogar coisas fora...
Até eu já cheguei a essa conclusão, parece que é uma libertação. Faz bem pra alma...